quarta-feira, 14 de março de 2012

SISTEMA NERVOSO

Generalidades do Sistema Nervoso Humano


As principais regiões que compõem o sistema nervoso são: o encéfalo, a medula espinhal, os nervos periféricos e determinadas partes especiais dos órgãos dos sentidos.

O tecido nervoso forma os órgãos dos sistemas nervosos central, periférico e autônomo. Ele tem por função coordenar as atividades de diversos órgãos, receber informações do meio externo e responder aos estímulos recebidos. É constituído por células nervosas ou neurônios e células de apoio ou células da glia.

A partir de seu aspecto biológico, vemos que, como qualquer outro animal, o ser humano, é consumidor de energia e não produtor primário. Portanto, precisa obter com esforço a energia suficiente para viver. Isto o torna, como conseqüência, essencialmente ativo.

Uma vez que esta via evolutiva foi assumida, desde que os animais mais primitivos surgiram na Terra, seus efeitos se refletiram em todos e cada um dos seus aspectos vitais. Dessa maneira, o corpo foi sendo modelado em formas precisas e simétricas, desenvolveu-se um sistema propulsor músculo-esquelético, sistemas especializados para elaboração e tratamento dos alimentos e órgãos completamente novos para interpretar o cheiro, a luz e o som. Para coordenar tudo isto surgiu um sistema nervoso e conseqüentemente um comportamento.

O comportamento possibilita aos animais lidarem com o mundo externo. 

É possível definir comportamento como o conjunto das ações que os organismos exercem sobre o meio exterior para modificarem os seus estados, ou para transformarem a sua própria situação em relação a este meio. Quase todos os comportamentos, que observamos nos animais são adaptativos, respondendo aos estímulos apropriados de maneira eficiente. Os erros observados são em geral observados em animais colocados em ambientes artificiais.

O sistema nervoso é o instrumento orgânico e cognitivo da conquista funcional do meio.

Todavia, as respostas comportamentais não dependem exclusivamente do sistema nervoso, algumas plantas "se comportam" sem possuir qualquer vestígio de sistema nervoso. Um exemplo são as plantas "carnívoras", que modificam rapidamente folhas ou pétalas para apreender insetos. Mas, a gama de comportamentos em organismos multicelulares, que não possuem sistema nervoso, é muito limitada.

Funções do Sistema nervoso
• Serve como receptor de estímulos provenientes do meio externo 
• Possui os neurônios, que uma vez estimulados conduzem um impulso nervoso, rapidamente, e às vezes a grandes distâncias, até os músculos ou até as glândulas exócrinas, cujas funções são assim controladas pelo tecido nervoso. 
• Guarda informações 
• Analisa informações 
• Organiza, direta ou indiretamente, o funcionamento de quase todas as funções do organismo (visceral, motora, endócrina e psíquica) 
• Possui filtros capazes de detectar os estímulos, para que o corpo responda somente aos estímulos necessários. 
  
Divisão anatômica

Sistema Nervoso Central: Apresenta substância branca e cinzenta.
• Encéfalo 
• Medula Espinhal. 
• Cerebelo

Sistema Nervoso Periférico:
• Nervos
• Gânglios nervosos 

SISTEMA NERVOSO CENTRAL

ENCÉFALO HUMANO
Denomina-se encéfalo ao um conjunto de estruturas nervosas situadas no neurocrânio. 
Ele apresenta as seguintes regiões anatômicas:Telencéfalo; Diencéfalo; mesencéfalo e rombencéfalo.

TELENCÉFALO
O telencéfalo é a estrutura que chamamos de CÉREBRO (alguns autores chamam de cérebro o telencéfalo mais o diencéfalo).

O cérebro humano é formado por dobras (circunvoluções) e sulcos, apresentando dois hemisférios (direito e esquerdo).

A camada mais superficial do telencéfalo é denominada de córtex cerebral, nela se encontra a “substância cinzenta” constituída, principalmente pelo corpo dos neurônios.

A camada mais interna do telencéfalo é constituída pela substância branca, formada, principalmente, pelos axônios.

No córtex cerebral podem ser mapeadas as regiões responsáveis por funções nervosas. Para estudar as diversas funções do córtex cerebral, costumamos dividi-lo em porções denominadas lobos cerebrais, já foram mapeadas, entre outras, as seguintes associações:
1- No lobo frontal: pensamento e movimento;
2- Lobo parietal: tato, dor, calor, frio, gosto;
3- Lobo temporal: audição, olfato.
4- Lobo occipital: visão.

DIENCÉFALO: é formado pelo tálamo, hipotálamo e epitálamo. O diencéfalo é uma estrutura ímpar que só é vista na porção mais inferior de cérebro.

tálamo serve como uma estação intermediária para a maioria das fibras que vão da porção inferior do encéfalo e medula espinhal para as áreas sensitivas do cérebro. O tálamo classifica a informação, dando-nos uma ideia da sensação que estamos experimentando, e as direciona para as áreas específicas do cérebro para que haja uma interpretação mais precisa.

Funções do Tálamo: Sensibilidade; Motricidade; Comportamento Emocional; Ativação do Córtex; Desempenha algum papel no mecanismo de vigília, ou estado de alerta.

hipotálamo trata-se de uma área muito pequena (4g) mas, apesar disso, por suas inúmeras e variadas funções, é uma das áreas mais importantes do sistema nervoso.

Funções do Hipotálamo: Controle do sistema nervoso autônomo; Regulação da temperatura corporal; Regulação do comportamento emocional; Regulação do sono e da vigília; Regulação da ingestão de alimentos; Regulação da ingestão de água; Regulação da diurese; Regulação do sistema endócrino; Geração e regulação de ritmos circadianos.

epitálamo possui a glândula pineal, que é uma glândula endócrina de forma piriforme, ímpar e mediana, que repousa sobre o teto do mesencéfalo.

glândula pineal secreta o hormônio melatonina, que é considerada a promotora do sono e também parece contribuir para o ajuste do relógio biológico do corpo.

MESENCÉFALO
Em todos os vertebrados, com exceção dos mamíferos, o mesencéfalo é o centro da visão, sendo formado basicamente por dois lóbulos ópticos situados dorsalmente, onde terminam feixes nervosos provenientes dos olhos.

Nos mamíferos esses correspondem apenas a uma região de passagem dos nervos ópticos, os quais vão terminar na parte posterior dos hemisférios cerebrais. Portanto, nos mamíferos o mesencéfalo está envolvido na recepção e coordenação de informações sobre a postura corporal.

Em uma secção transversal do mesencéfalo, vê-se possui uma área escura, chamada de substância negra (nigra).

ROMBENCÉFALO
As principais regiões do rombencéfalo são o bulbo, a ponte e o cerebelo e encontra-se localizado na parte imediatamente superior da medula espinhal.

Bulbo
O bulbo regula o ritmo cardiorrespiratório e os reflexos: vômito, tosse, sucção e deglutição. Também chamado de medula oblonga, ele tem forma de um cone, cuja extremidade menor continua caudalmente com a medula espinhal. Não se tem uma linha demarcando a separação entre medula e bulbo.

Em razão de sua importância com relação às funções vitais, o bulbo é muitas vezes chamado de centro vital. Pelo fato de essas estruturas serem fundamentais para o organismo, você pode compreender a seriedade de uma fratura na base do crânio. O bulbo é também extremamente sensível a certas drogas, especialmente os narcóticos. Uma dose excessiva de narcótico causa depressão do bulbo e morte porque a pessoa para de respirar.

Ponte (de Varólio) 
A Ponte é a parte do tronco encefálico interposto entre o bulbo e o mesencéfalo. Ela possui diversos núcleos de importantes nervos cranianos, como o trigêmeo, motor ocular externo, facial e auditivo.

Cerebelo
O cerebelo é uma estrutura do sistema nervoso supra-segmentar relacionada principalmente com a manutenção do equilíbrio, do tônus muscular e da postura, bem como a coordenação motora.

Assim como o cérebro, o cerebelo apresenta uma zona cortical composta de substância cinzenta que envolve um centro de substância branca (centro medular do cerebelo).

O córtex cerebelar que envolve a substância branca pode ser dividido em três camadas. Estas camadas são, da mais superficial para a mais profunda:

Camada molecular: essa camada contém poucos neurônios e muitas fibras nervosas amielínicas.

Camada de células de Purkinje: a camada de células de Purkinje é formada por um tipo celular muito grande, que apresenta dendritos extensamente ramificados em direção à camada molecular. Essa extensa ramificação dos dendritos da célula de Purkinje assemelha-se a um leque. Essas células de Purkinje estão distribuídas em uma única camada que é, por isso, muito delgada.

Camada granular: na camada granular encontramos os menores neurônios do nosso corpo. Eles possuem escasso citoplasma e coram-se intensamente pela hematoxilina. Estão presentes em alta quantidade. 
Na zona de substância branca não encontramos neurônios e há grande quantidade de fibras mielínicas.


A MEDULA NERVOSA OU ESPINHAL
 Nossa medula espinhal tem a forma de um cordão com aproximadamente 40 cm de comprimento. Ocupa o canal vertebral, desde a região do atlas - primeira vértebra - até o nível da segunda vértebra lombar. A medula funciona como centro nervoso de atos involuntários e, também, como veículo condutor de impulsos nervosos.

Da medula partem 31 pares de nervos raquidianos que se ramificam. Por meio dessa rede de nervos, a medula se conecta com as várias partes do corpo, recebendo mensagens e vários pontos e enviando-as para o cérebro e recebendo mensagens do cérebro e transmitindo-as para as várias partes do corpo.

A medula possui dois sistemas de neurônios: o sistema descendente controla funções motoras dos músculos, regula funções como pressão e temperatura e transporta sinais originados no cérebro até seu destino; o sistema ascendente transporta sinais sensoriais das extremidades do corpo até a medula e de lá para o cérebro.

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

GÂNGLIO NERVOSO
Dá-se o nome de gânglio nervoso para qualquer aglomerado de corpos celulares de neurônios encontrados fora do sistema nervoso central (dentro do sistema nervoso central, estes aglomerados são conhecidos como núcleos).

NERVOS
Feixes de axônios revestidos por tecido conjuntivo formam os nervos. Conforme os axônios apresentam ou não a bainha de mielina, os nervos são classificados em mielínicos (nervos brancos) e a amielínicos (nervos cinzentos).

A razoável resistência que os nervos possuem é resultante dos três tipos de bainhas de tecido conjuntivo que eles apresentam. São elas: 

Epineuro: é um arranjo de tecido conjuntivo, tubular, que envolve todo o nervo. Não está presente em nervos pequenos. 

Perineuro: o perineuro envolve um fascículo de fibras nervosas. O conjunto de fascículos compõe o nervo. 

Endoneuro: é o envoltório presente em cada fibra nervosa. Um conjunto de fibras nervosas, com os seus respectivos endoneuros, forma um fascículo, sendo esse fascículo revestido pelo perineuro. 
Algumas fibras nervosas (axônios) são protegidas por células cujas membranas são muito ricas de um lipídio chamado mielina, que não se cora pela técnica HE. Essa camada protetora, denominada neurilema, produz um isolamento elétrico entre o meio intracelular e o meio extracelular.

Nessas fibras mielinizadas há intervalos regulares onde não há mielina e, portanto, não há isolamento elétrico entre os dois meios separados pela membrana plasmática do axônio. Nesses locais, conhecidos como nódulos de Ranvier, ocorre a despolarização da membrana, fato responsável pelo potencial de ação e pelo impulso saltatório.

No Sistema Nervoso Central, essa camada de mielina é produzida pelos oligodendrócitos, enquanto no Sistema Nervoso Periférico, é produzida pelas células de Schwann

Outro tipo de fibra, denominada não-mielínica, não apresenta essa camada protetora lipídica. Nessas fibras, a onda de despolarização é conduzida com uma velocidade menor, pois ela não se dá em "saltos". 

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