NERVOS PERIFÉRICOS O principal componente estrutural do nervo periférico é a fibra nervosa (um axônio com célula de Schwann e bainha de mielina). Um nervo consiste em numerosas fibras agrupadas em fascículos por bainhas de tecido conjuntivo. As fibras nervosas mielinizadas e não-mielinizadas estão entremeadas dentro do fascículo. No nervo sural, o nervo mais comumente examinado por biópsia e um nervo sensitivo relativamente puro, as fibras mielinizadas têm um diâmetro variável entre 2-16 micrômetros e uma distribuição bimodal; os axônios menores, com diâmetro médio de 4 micrômetros, são aproximadamente duas vezes mais numerosos que os axônios grandes, cujo diâmetro é de 11 micrômetros. Os axônios são mielinizados em segmentos (internodos) separados por nodos de Ranvier. Uma única célula de Schwan supre a bainha de mielina de cada internodo. A espessura da bainha de mielina é diretamente proporcional ao diâmetro do axônio, e, quanto maior o diâmetro axonal, mais longa a distância internodal. A mielina no sistema nervoso periférico é semelhante, em composição global de lipídios e proteínas, à mielina do sistema nervoso central; contudo, a mielina do sistema nervoso periférico possui maior quantidade de esfingomielina e glicoproteínas. Algumas proteínas da mielina são específicas da mielina do sistema nervoso periférico, enquanto outras são compartilhadas com a mielina do sistema nervoso central. A proteína zero da mielina (MPZ) é a proteína principal, constituindo quase 50% da proteína da mielina do sistema nervoso periférico. Nas bicamadas lipídicas compactas, a MPZ é uma proteína transmembrânica, cuja parte externa pode atuar na compactação de camadas apostas de mielina. A proteína básica da mielina é a segunda proteína mais abundante; localiza-se topograficamente na face interna das bicamadas na linha densa principal de mielina. A proteína da mielina periférica 22 (PMP22) é uma proteína transmembrânica de 22kD localizada na mielina compacta. Reações Gerais da Unidade Motora – Desmielinização Segmentar – A desmielinização segmentar ocorre quando há disfunção da célula de Schawnn ou lesão da bainha de mielina; não existe anormalidade primária no axônio. O processo afeta algumas células de Schawnn e seus internodos correspondentes, enquanto poupa outras (figura 1). A mielina em desintegração é engolfada, inicialmente por células de Schawnn e, depois, por macrófagos. O axônio desnudo constitui um estímulo à remielinização. Uma população de células dentro do endoneuro tem a capacidade de substituir células de Schawnn lesadas. Essas células se proliferam e circundam o axônio e, com o tempo, remielinizam a parte desnuda. Contudo, os internodos mielinizados recém-formados são mais curtos que os normais, sendo necessário vários para cobrir a região desmielinizada. A nova bainha de mielina também é fina em proporção ao diâmetro do axônio.
Com episódios seqüenciais de desmielinização e remielinização, há acúmulos de fitas de processos de células de Schawnn que, na secção transversal, aparecem como camadas concêntricas de citoplasma das células de Schawnn e membrana basal redundante circundando um axônio finamente mielinizado (bulbos de cebola) (Figura 2). Com o tempo, muitas neuropatias desmielinizantes crônicas resultam em lesão axonal.
Degeneração Axonal e Atrofia de Fibras Musculares – A degeneração axonal é o resultado de destruição primária do axônio, com desintegração secundária da sua bainha de mielina. A lesão do axônio pode advir de um evento focal que ocorre em algum ponto ao longo da extensão do nervo (como um traumatismo ou mesmo um evento isquêmico) ou de uma anormalidade mais generalizada que afeta o corpo celular neuronal (neuronopatia) ou seu axônio (axonopatia). Quando a lesão axonal resulta de uma lesão focal, como a transeção traumática de um nervo, a parte distal da fibra sofre degeneração walleriana (Figura 3). Dentro de um dia, o axônio se desintegra e as células de Schawnn afetadas começam a catabolizar a mielina e, depois, engolfam fragmentos de axônio, formando compartimentos pequenos e ovais (ovóides de mielina). Macrófagos são recrutados para o local e participam da fagocitose de restos derivados dos axônios e da mielina. O coto da parte proximal do nervo dividido mostra alterações degenerativas que envolvem os dois ou três internodos mais distais e, então, apresenta atividade regenerativa. Nas neuronopatias ou axonopatias de lenta evolução, as evidências de degradação da mielina são escassas porque apenas algumas fibras estão se degenerando em um dado momento.
Quando ocorre degeneração axonal, as fibras musculares dentro da unidade motora afetada perdem seus impulsos neurais e sofrem atrofia por desnervação. A desnervação do músculo acarreta um decremento da síntese de miosina e actina, com uma diminuição do tamanho celular e reabsorção de miofibrilas, mas as células permanecem viáveis. Em secção transversal, as fibras atróficas são menores que o normal e exibem uma forma aproximadamente triangular (“anguladas”). Há também reorganização citoesquelética de algumas células musculares, que produz uma zona arredondada de filamentos desorganizados (fibra em alvo). Regeneração Nervosa e Reinervação do Músculo – Os cotos proximais dos axônios degenerados podem desenvolver novos cones de crescimento à medida que o axônio cresce novamente. Esses cones de crescimento usarão as células de Schawnn desocupadas pelos axônios degenerados para guiá-los. A presença de múltiplos axônios de pequeno calibre, intimamente agregados e finamente mielinizados, é uma evidência de regeneração (grupo de regeneração). Esse recrescimento de axônios é um processo lento, aparentemente limitado pela taxa do crescimento lento do transporte axonal, o movimento de filamentos de tubulina, actina e intermediários, da ordem de 2mm/dia. A despeito desse ritmo lento, a regeneração axonal responde por parte do potencial de recuperação funcional após uma lesão axonal periférica. Reação da Fibra Muscular – Embora um amplo espectro de doença possa afetar o músculo, há um número relativamente limitado de reações patológicas dos miócitos. As seguintes alterações patológicas podem ser observadas nas miopatias, bem como nas doenças cuja patogenia envolve fatores externos ao músculo e apenas secundariamente atinge as células musculares. As reações obsevadas: |
terça-feira, 13 de março de 2012
PATOLOGIA/CITOLOGIA
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