terça-feira, 13 de março de 2012

Fisiologia Geral

SÍNDROME DO CHOQUE

    Assim como na síndrome de insuficiência cardíaca congestiva, o órgão principalmente afetado é o coração, embora todo o sistema linfático também o sejam, na insuficiência circulatória periférica ou “shock”, o órgão que primordialmente se compromete é o coração periférico, representado pela “unidade da microcirculação”, havendo também, em decorrência das alterações hemodinâmicas e metabólicas, o comprometimento de todos os órgãos da economia, e deles, principalmente o encéfalo, os rins e o coração. Enquanto que na ICC, os distúrbios hemodinâmicos provocam a hipervolemia patológica, e que, por isto, Wolheim a denominou insuficiência plus, no “shock” ou insuficiência minus, existe, inicialmente, em qualquer dos seus tipos a hipovolemia. Qualquer que seja o tipo de “shock” sempre o distúrbio primordial se refere à perfusão alterada do capilar verdadeiro, e que, em última análise, conduzirá às alterações metabólicas antibiológicas de todas as células do organismo. Estas alterações primordiais ao nível da microcirculação, mais especificamente no âmbito do capilar verdadeiro, conduzem às alterações hemodinâmicas e metabólicas em todos os 80 quilômetros da microcirculação existentes num adulto de 70Kg. 
    As alterações hemodinâmicas dizem respeito à hipovolemia e à diminuição do fluxo efetivo sangüíneo (pressão média) de todas as visceras, de todos os tecidos, sendo, como já foi dito, os mais importantes pelo aparecimento de sintomas e de sinais, o encéfalo, o coração e os rins. As alterações metabólicas referem-se à acidose metabólica local em cada tecido, com a sua expressão na acidose plasmática. A hipovolemia e a acidose se acentuam à medida que o “shock” evolui, trazendo em conseqüência, também, o recrudecimento dos sintomas iniciais ou já existentes, e o aparecimento de outros, que marcam o estado evolutivo do “shock” e que, à propedêutica física e funcional, poderão ser considerados como os limites da reversibilidade e da irreversibilidade desta importante síndrome. Por estes motivos é que insistimos na seqüência dos sintomas e dos sinais durante o início e o desenvolvimento do estado de “shock”.

Classificação fisiopatológica do “shock”:

1. Neurogênico;
2. Hematogênico;
3. Vasogênico;
4. Cardiogênico.

Clínica (sintomas e sinais) do “shock”:

1. Imobilidade com palidez e sudorese seguida de agitação psicomotora;
2. Sudorese;
3. Palidez; 
4. Cianose periférica;
5. Taquicardia e pulso periférico;
6. Pressão arterial – hipotensão brusca ou progressiva;
7. Ondas sangüíneas no leito ungueal e na polpa digital;
8. Diurese;
9. Acidose;
10. Sede – língua seca.

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