terça-feira, 24 de janeiro de 2012

LITERATURA DE CORDEL BBB


 

 

Cordel de Antonio Barreto deixou a Globo e Pedro Bial indignados...


  

Antonio Barreto

Cordel que deixou Rede Globo e Pedro Bial indignados

 

 

Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano,
Santa Bárbara/Bahia-Brasil.

Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente.

Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira.

Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.

Vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, tendo publicado aproximadamente 100 folhetos de cordel abordando temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos.

Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.

 

 


 

BIG BROTHER BRASIL UM PROGRAMA IMBECIL

Autor: Antonio Barreto, Cordelista natural de Santa Bárbara-BA,
residente em Salvador.

 

 

 

 

Curtir o Pedro Bial

E sentir tanta alegria

É sinal de que você

O mau-gosto aprecia

Dá valor ao que é banal

É preguiçoso mental

E adora baixaria.


 

Há muito tempo não vejo

Um programa tão 'fuleiro'

Produzido pela Globo

Visando Ibope e dinheiro

Que além de alienar

Vai por certo atrofiar

A mente do brasileiro.


 

Me refiro ao brasileiro

Que está em formação

E precisa evoluir

Através da Educação

Mas se torna um refém

Iletrado, 'zé-ninguém'

Um escravo da ilusão.


 

Em frente à televisão

Longe da realidade

Onde a bobagem fervilha

Não sabendo essa gente

Desprovida e inocente

Desta enorme 'armadilha'.


 

Cuidado, Pedro Bial

Chega de esculhambação

Respeite o trabalhador

Dessa sofrida Nação

Deixe de chamar de heróis

Essas girls e esses boys

Que têm cara de bundão.


 

O seu pai e a sua mãe,

Querido Pedro Bial,

São verdadeiros heróis

E merecem nosso aval

Pois tiveram que lutar

Pra manter e te educar

Com esforço especial.


 

Muitos já se sentem mal

Com seu discurso vazio.

Pessoas inteligentes

Se enchem de calafrio

Porque quando você fala

A sua palavra é bala

A ferir o nosso brio.


 

Um país como Brasil

Carente de educação

Precisa de gente grande

Para dar boa lição

Mas você na rede Globo

Faz esse papel de bobo

Enganando a Nação.


 

Respeite, Pedro Bienal

Nosso povo brasileiro

Que acorda de madrugada

E trabalha o dia inteiro

Da muito duro, anda rouco

Paga impostos, ganha pouco:

Povo HERÓI, povo guerreiro.


 

Enquanto a sociedade

Neste momento atual

Se preocupa com a crise

Econômica e social


 

Você precisa entender

Que queremos aprender

Algo sério - não banal.


 

Esse programa da Globo

Vem nos mostrar sem engano

Que tudo que ali ocorre

Parece um zoológico humano

Onde impera a esperteza

A malandragem, a baixeza:

Um cenário sub-humano.


 

A moral e a inteligência

Não são mais valorizadas.

Os "heróis" protagonizam

Um mundo de palhaçadas

Sem critério e sem ética

Em que vaidade e estética

São muito mais que louvadas.


 

Não se vê força poética

Nem projeto educativo.

Um mar de vulgaridade

Já se tornou imperativo.

O que se vê realmente

É um programa deprimente

Sem nenhum objetivo.


 

Talvez haja objetivo

"professor", Pedro Bial

O que vocês tão querendo

É injetar o banal

Deseducando o Brasil

Nesse Big Brother vil

De lavagem cerebral.


 

Isso é um desserviço

Mal exemplo à juventude

Que precisa de esperança

Educação e atitude

Porém a mediocridade

Unida à banalidade

Faz com que ninguém estude.


 

É grande o constrangimento

De pessoas confinadas

Num espaço luxuoso

Curtindo todas baladas:

Corpos "belos" na piscina

A gastar adrenalina:

Nesse mar de palhaçadas.


 

Se a intenção da Globo

É de nos "emburrecer"

Deixando o povo demente

Refém do seu poder:

Pois saiba que a exceção

(Amantes da educação)

Vai contestar a valer.


 

A você, Pedro Bial

Um mercador da ilusão

Junto a poderosa Globo

Que conduz nossa Nação

Eu lhe peço esse favor:

Reflita no seu labor

E escute seu coração.


 

E vocês caros irmãos

Que estão nessa cegueira

Não façam mais ligações

Apoiando essa besteira.

Não deem sua grana à Globo

Isso é papel de bobo:

Fujam dessa baboseira.


 

E quando chegar ao fim

Desse Big Brother vil

Que em nada contribui

Para o povo varonil

Ninguém vai sentir saudade:

Quem lucra é a sociedade

Do nosso querido Brasil.


 

E saiba, caro leitor

Que nós somos os culpados

Porque sai do nosso bolso

Esses milhões desejados

Que são ligações diárias

Bastante desnecessárias

Pra esses desocupados.


 

A loja do BBB

Vendendo só porcaria

Enganando muita gente

Que logo se contagia

Com tanta futilidade

Um mar de vulgaridade

Que nunca terá valia.


 

Chega de vulgaridade

E apelo sexual.

Não somos só futebol,

baixaria e carnaval.

Queremos Educação

E também evolução

No mundo espiritual.


 

Cadê a cidadania

Dos nossos educadores

Dos alunos, dos políticos

Poetas, trabalhadores?

Seremos sempre enganados

e vamos ficar calados

diante de enganadores?


 

Barreto termina assim

Alertando ao Bial:

Reveja logo esse equívoco

Reaja à força do mal.

Eleve o seu coração

Tomando uma decisão

Ou então: siga, animal.


 

FIM

domingo, 22 de janeiro de 2012

O CÉREBRO E AS DROGAS PARTE 3

O Cérebro e as Drogas 

3-Opiácios.

papoula somniferaÓpio, morfina, semi-sintéticos (heroína, Dolantina). Produzem uma sensação oceânica de prazer e bem-estar, além de ter um poderoso efeito analgésico.
Os seus efeitos resultam da interação da substância com os receptores opiácios que existem em várias áreas do SNC, incluindo a área tegmentar ventral, no Circuito de Recompensa. O organismo sintetiza os seus próprios opiácios, como as encefalinas e as endorfinas.
Os neurotransmissores podem ter mensageiros intermediários para o desempenho das suas funções, e os opiácios interferem no desempenho de alguns desses mensageiros. Assim como o álcool, eles limitam bastante a entrada de cálcio nos neurônios, impedindo uma transmissão satisfatória de sinais pelos neurotransmissores.

Os opiácios possuem elevado poder de dependência, com dois ou três meses de uso. A tolerância desenvolvida pode alcançar níveis de até cinqüenta ou cem vezes a dosagem inicial do uso.
O uso continuado torna o seu usuário passivo e apático, até mesmo letárgico, com seus membros pesados, de difícil movimentação.

4-Inalantes.

Menino usando inalanteAgentes anestésicos, lança-perfumes, solventes, cola de sapateiro, combustíveis e outras substâncias voláteis de uso industrial. Ativam os receptores GABAA e desativam os receptores NMDA do glutamato, donde o seu efeito depressor. Possuem efeitos indiretos que ativam a dopamina. 
Produzem inicialmente euforia com rebaixamento das inibições, seguindo-se de excitação e perda da coordenação motora, desorientação, visão turva com alterações na percepção de cores, distorção no sentido de tempo-espaço, vertigens, enjôos, inquietação, apagamentos. 
Os inalantes possuem potencial de dependência, gerando tolerância e sofrimentos de abstinência.


5-Cocaina.

Cheirando cocainaÉ a droga de sustento para o tráfico ilícito, em virtude do grande número de consumidores e da avidez com que estes buscam a droga. O cloreto de cocaina é um pó branco ("farinha"), usado por aspiração nasal. Ele também pode ser diluído em água e injetado na veia. Quando a cocaina é tratada por reativos alcalinos ela se empedra produzindo o cracke, que é fumado. A cocaina possui um elevado poder de dependência porque disponibiliza diretamente a dopamina na fenda sinática por impedir o retorno desse neurotransmissor à sua célula de origem. Após o neurotransmissor ter cumprido a sua missão junto ao receptor do neurônio pós-sinático e, impedido de retornar à sua célula mãe, ele fica na fenda repetindo a neurotransmissão, dando ao usuário o efeito imediato da droga. Nós dizemos que a cocaina impede a recaptação da dopamina. A recaptação é um mecanismo extremamente importante para o funcionamento equilibrado do SNC, porque o neurotransmissor tem que ser reciclado a cada uso para reagir eficientemente a novas exigências.
Menino usando o crack Para agravar mais ainda os malefícios produzidos pela cocaina, esta droga ainda impede, da mesma forma, as recaptações de mais outros dois neurotransmissores: a noradrenalina e a serotonina.
Em virtude dessa ação farmacológica a cocaina produz as sensações psicológicas de magnificência, euforia, prazer e excitação sexual.
Quando usada de forma intermitente e em doses altas, como por exemplo, em noitadas de "agito" ela pode sensibilizar os neurônios, ocasionando irritabilidade com agressividade, inquietação e paranóia. A engrenagem da dependência, no uso continuado de cocaina, estabelece-se com a desativação de um número de receptores pós-sináticos da dopamina, estendendo-se a outros receptores, como os da noradrenalina e serotonina.

Essa adaptação traz sérias conseqüências para o funcionamento cerebral, como o surgimento de estados paranóicos que podem atingir níveis psicóticos bem como depressões graves que podem levar ao suicídio.
A ação da cocaina sobre vários neurotransmissores pode gerar conseqüências simultâneas em vários sistemas orgânicos, entre as quais destacamos a mais comum, a falta de apetite, e a mais grave, o derrame cerebral, ao lado de respiração ofegante, aumento da pressão e até aumento da temperatura.


6-Anfetaminas e derivados.

Estas drogas estimulantes do SNC são sintéticas e constituem o elemento básico dos medicamentos chamados "moderadores do apetite" mas, além do seu uso pelas pessoas que desejam perder peso, têm sido procuradas, com o nome de "bolinha" ou "rebite", por motoristas de caminhão, vigilantes noturnos, universitários, etc., por apresentar também efeitos como redução do sono e da fadiga, bem como aumento da capacidade de trabalho. A pessoa fala mais depressa, e como dizem, fica "ligada", com sentimentos de confiança e presunção. As anfetaminas estão relacionadas entre as substâncias de "doping" esportivo. Nos Estados Unidos encontra-se no mercado ilícito uma metanfetamina que chamam de "Ice", derivada da anfetamina, para ser usada em cachimbos. 
Noite de embalo"Extase", atual droga da moda nas noitadas de "embalo", é outro derivado da anfetamina, chamado MDMA, que provoca euforia e um bem-estar intenso, juntamente a um desejo de intimidade, de conversar e de manter proximidade física (não sexual) com as pessoas. Pode elevar a pressão arterial e produzir hipertermia com muita transpiração e conseqüente desidratação.
As anfetaminas bloqueiam a recaptação da dopamina proporcionando, como a cocaina, um aumento da concentração desses neurotransmissor na fenda sinática. Uma dosagem maior pode levar ao bloqueio dos receptores, produzindo distúrbios da locomoção.
Também ativam os receptores da serotonina aumentando a sua liberação, da mesma forma em que fazem aumentar a liberação de noradrenalina, causadora da sintomatologia clínica referida.
Com o uso continuado, as anfetaminas podem causar problemas com a locomoção, visão turva e movimentos involuntários com os olhos (nistagmo), inapetência, náuseas, insônia, mudanças de humor, irritabilidade e alucinações. Nesse estágio atua como um alucinógeno, produzindo ataques de pânico, psicose tóxica, episódios paranóicos e depressão pós-anfetamínica. As dificuldades sexuais agravam os estados paranóicos e as depressões.

7-Nicotina.

A nicotina é uma substância constituinte do tabaco e que lhe confere o poder de estabelecer dependência, estado pelo qual denominamos tabagismo. A nicotina é, portanto uma droga, muito embora o FDA, Food and Drug Administration, a organização americana que estabelece as regras para a sua comercialização, não o reconheça.
A nicotina possui receptores próprios junto aos receptores de acetilcolina, ativando estes neurotransmissores os quais, como já vimos, age nohipocampo estimulando funções cognitivas, entre as quais a memória, e também proporcionando um efeito de relaxamento muscular através da sua ação sobre o sistema neuromuscular.
A nicotina proporciona a liberação de noradrenalina no locus coeruleus, aumentando a vivacidade, diminuindo as reações ao estresse e melhorando a concentração.
A nicotina estimula os receptores de dopamina aumentando a atividade do Circuito de Recompensa, atividade essa que, por sua vez é reforçada pela liberação de opióides endógenos.
A nicotina também interfere na ação da enzima acetilcolinesterase que desnatura a acetilcolina após o seu uso, fazendo com que este neurotransmissor permaneça por mais tempo disponível na fenda sinática.
É muito poderosa a força da dependência à nicotina, tornando difícil a interrupção do uso. Até meados do século passado quase não se dispunha de trabalhos científicos evidenciando os enormes prejuízos à saúde causados pelo uso do fumo e então, valendo-se disso, a sua poderosa indústria já havia ativado uma propaganda muita bem elaborada, que atraiu milhões de pessoas ao seu uso.
Atualmente, a grande quantidade de evidências sobre a nocividade do uso do tabaco tem conseguido a necessária sensibilização política dos governos para combater aquilo que nós podemos qualificar de pandemia tabágica.

     

8-Maconha.

A maconha é uma erva usada como substância psicoativa perturbadora do SNC, geralmente de forma fumada.
O seu princípio ativo é o THC, tetrahidrocanabinol. O teor de THC depende da variedade da planta, forma de cultivo e preparação do produto, variando desde 0,5 a 2,0% até 60%, como é o caso do haxixe, preparado da resina de folhas e flores dessa erva. A produção ilícita da maconha (ou marijuana) tem se preocupado em apresentar variedades com maior concentração de substância ativa como o "skunk", que conta com até 22% de THC.
O início da ação e a duração dos seus efeitos dependem da concentração do seu princípio ativo e da forma de administração da droga (quando fumada o efeito é mais rápido mas menos duradouro do que na forma ingerida), sendo que esses efeitos podem ser muito relacionados com a disposição prévia do humor do usuário e do ambiente de uso.
Os efeitos de um "baseado" (cigarro de maconha) constituem-se de uma alteração da consciência, diminuição da atenção, estado sonhador com ideação livre e desconexa. Lentificação e dificuldades da coordenação motora, voz pastosa, sendo importante o Maconha: distorções perceptivassentido de lentificação do tempo e distorção do espaço, tornando a direção de veículos perigosa até 10 horas após o uso. Pode aparecer uma sensação de grande bem-estar, euforia e riso, acentuação na percepção de cores, mas também pode surgir depressão do estado de ânimo ("baixo", na gíria), despersonalização e desrealização. 
Um cigarro com teor maior de THC pode levar a alucinações visuais coloridas. Pode aparecer medo e pânico, distorção da imagem corporal e sensação de peso nas extremidades.
Os canabinóides possuem receptores próprios (CB1) distribuídos pelo córtex cerebral (notadamente pré-frontal) e cerebelo, bem como no sistema límbico, sobretudo no hipocampo e nucleus accumbenspor onde liberam dopamina.
O seu uso habitual pode gerar afrouxamento das associações com fragmentação do pensamento e comprometimento da capacidade mental, alterações do pensamento abstrato, confusão, alterações da memória de fixação, isto é, na transferência de material da memória imediata para a memória de longo prazo. Prejuizo nas habilidades de falar corretamente, formar conceitos, concentração, atenção, lentificação e dificuldades da coordenação motora, ansiedade e depressão, oferecendo possibilidades para alterações da personalidade tais como passividade, ausência de objetivos, apatia, isolamento e falta de ambição e abrindo guardas para o uso de outras drogas.
A longa vida do THC no corpo humano (ocasionada por sua afinidade às gorduras onde se fixam) faz com que os usuários possam, de fato, permanecer cronicamente intoxicados e exibir prejuizos comportamentais e motivacionais, mesmo fora do período do uso ativo. 
Trabalhos recentes correlacionam com evidência a precipitação de surtos esquizofrênicos (psicose canábica) em jovens predispostos.
Os usuários de maconha não costumam se aperceber que grande parte dos seus problemas foi gerada pela droga, e ainda mais, do quanto ela agravou os problemas já tidos.
Em virtude de comprometer fundamentalmente a memória e a atenção, acaba por comprometer a atividade intelectual, o aprendizado e as habilidades sociais.
A maconha leva à dependência, com os seus componentes – tolerância e sofrimentos de abstinência. Esta se apresenta com pouca intensidade, pela propriedade do THC de ligar-se bem às gorduras onde podem estocar-se por maior tempo como dissemos acima, mas mesmo assim ocorrem problemas com o sono, irritabilidade e agressividade. Há que diga, com certo alívio, que a maconha "só" causa dependência psíquica. Isso não faz sentido, pois o que importa é que ela dá ao usuário a mesma impulsividade para obtenção e uso como quaisquer das outras drogas que chamam de "pesadas". 

9-Alucinógenos

Reunimos com esse título um grupo de substâncias que induzem a percepções irreais e que são muito diversificadas quanto às suas estruturas químicas, o seu modo de ação e quanto aos seus efeitos sobre o SNC.
Dividiremos os alucinógenos em dois grupos, quanto à sua origem vegetal ou sintética
.

A) Alucinógenos vegetais:

Mescalina:
PeyoteSubstância extraída do cacto mexicano chamado "peiote", usada em práticas religiosas regionais no norte mexicano e sudoeste americano pela população nativa dos Navajos tendo, para tanto, o seu uso legalmente permitido. Fora dessa situação, o uso da mescalina foi difundido popularmente por Carlos Castañeda e Aldous Huxley, sendo produzida até sinteticamente com o nome de STP, uma droga que imita os seus efeitos, semelhantes aos do LSD. 
A mescalina provoca alucinações auditivas e visuais oníricas com efeitos psicodélicos. Há uma excitação do SNC seguida de depressão. 


Muscarina:
Aminita

Extraída de cogumelos do gênero "aminita", muito difundidos por todo o mundo e conhecidos como "chapéu de anão"
A muscarina provoca inicialmente sono com certa desorientação, para depois aparecerem euforia, distorção da noção do tempo e alucinações.
A sua ação decorre da união aos receptores muscarínicos da acetilcolina que têm efeitos inibidores, mas essa ação se estende com a atuação sobre os receptores GABA.

 

Psilocibina ou psilocina:
Cogumelos mágicosÉ extraída de cogumelos do gênero "psilocybe", conhecidos como "cogumelos mágicos" comuns no México e sudoeste americano e América Central. É usado em práticas religiosas no México, sendo de uso recreativo nos Estados Unidos e em vários países da Europa. Um inquérito da Agência da União Européia que identifica as tendências das drogas na Europa, incluiu pela primeira vez o consumo de "cogumelos mágicos" em 2003. A estimativa de prevalência deste consumo entre estudantes de 15 e 16 anos é igual ou superior às de LSD ou outras drogas alucinogênicas na maioria dos países participantes.
As psilocybinas possuem estrutura química semelhante à do neurotransmissor serotonina e do LSD, com efeitos indistinguíveis desta droga.
 

Ayahuasca:
Ayahuasca

É um preparado composto pela casca da árvore do mesmo nome e de folhas de "chacruna", doisChacruna exemplares da flora amazônica. 
É usada em cultos religiosos (Santo Dime) com permissão do Conselho Nacional Anti-Drogas (CONAD).
O seu efeito é resultante da mistura entre uma substância da casca da ayahuasca com outra substância das folhas da chacruna. Cada uma dessas substâncias isoladas, não tem ação, mas, estando as duas juntas, ocorre uma interação com o sistema da serotonina, produzindo um estado de emoção transcendente e alucinações psicodélicas.

 

B) Alucinógenos sintéticos.

LSD.

Dietilamida do ácido lisérgico. É uma droga sintética que faz efeito com doses minúsculas, fato que dá margem à sua comercialização dissimulada em cartões, selos etc. Pode ser servida até na forma de gotas.
A ação alucinogênica do LSD se faz principalmente pela sua atuação nos receptores pré-sináticos 5HT2, diminuindo a liberação de serotonina e aumentando, indiretamente, a liberação de dopamina, dando a sensação de euforia com conseqüente reforço psicológico.
Descreveremos a sua ação como protótipo de outros alucinógenos sintéticos.
Alucinação por LSDAs alterações sensoriais causadas por essas drogas variam desde simples aberrações da percepção até a degradação da personalidade. Os seus efeitos têm dado margem a interpretações fantasiosas dos seus experimentadores que, em geral os descrevem como viagens, de bom ou de mau curso.
Em meados do século passado o grande pensador americano Aldous Huxley, entusiasmado com os efeitos do LSD, e acreditando na possibilidade de aproveitá-los para promover uma ascese espiritual, chegou a constituir uma associação de experimentadores da droga. Essa associação, entretanto, logo se desvaneceu em virtude de terem surgido efeitos neurológicos negativos da droga em alguns dos seus membros. 
Durante uma experiência o usuário pode permanecer calmo, lúcido e bem orientado, assim como pode apresentar ansiedade, desorientação e pânico, mas sempre estará consciente de que a irrealidade vivida corre por conta da droga. Têm sido relatados casos de violências relacionadas ao uso de LSD.
Um efeito retardado e indesejado do uso desses alucinógenos é o aparecimento de "flashbacks", que são súbitas e incontroláveis recorrências de distorções da percepção, posteriores ao uso, como as que se apresentaram nos seus efeitos imediatos.

10-Anticolinérgicos

As drogas anticolinérgicas encontram-se em algumas flores como o lírio, saia branca, trombeta ou trombeteira, e outras, e costumam ser usadas na forma de chás ou infusões. Essas plantas produzem duas substâncias psicoativas, a atropina e a escopulamina, que sãoDatura stramonium - Lírio do Camporesponsáveis pelos seus efeitos, mas tais substâncias também podem ser sintetizadas, fazendo parte de alguns medicamentos usados contra o mal de Parkinson ( Artane ®Akineton ®), também empregados para minorar efeitos colaterais de alguns anti-psicóticos, além de alguns colírios dilatadores de pupila e também medicamentos de uso em gastroenterologia.
As drogas anticolinérgicas atuam impedindo que o neurotransmissor acetilcolina passe a sua mensagem para o receptor do neurônio que deveria recebê-la (diz-se de uma ação antagonista), e por esse motivo produzem alterações que no Sistema Nervoso Central manifestam-se por: desorientação, incoerência, delírio, alucinações, agitação, comportamento violento, sonolência e até coma.
Temos observado casos de uso concomitante de anticolinérgicos sintéticos e álcool, com graves conseqüências de ordem psiquiátrica.
No Sistema Nervoso Periférico (corpo) ocorrem: elevação da temperatura, dilatação das pupilas, secura na boca, rubor facial, aceleração dos batimentos cardíacos, prisão de ventre e retenção urinária. 
Nota: Antes da invenção de rouge cosmético era comum o uso de folhas ou pétalas das flores de beladona pelas mulheres, que as friccionavam na face para efeitos estéticos. A beladona faz parte daquelas plantas que possuem substâncias anticolinérgicas citadas acima e leva esse nome justamente por esse antigo costume feminino.