quarta-feira, 14 de março de 2012

HISTOLOGIA GERAL Parte 17

CÉLULA E TECIDO EPITELIAL

Célula –

Esta imagem mostra esquematicamente as organelas citoplasmáticas presentes numa célula eucariótica.

Obs: A fibrose cística é uma doença hereditária causada por defeito no transporte de íons e água através da membrana das células, que afeta 1 em 2000 recém-nascidos. Nesta patologia, as secreções exócrinas são muito viscosas, obstruindo os ductos das glândulas (pâncreas e glândulas salivares) e as vias respiratórias, principalmente os brônquios. A obstrução dificulta as passagens das secreções expondo os órgãos às infecções e a fibroses. 
Quanto às organelas citoplasmáticas e suas estruturas:

- Células procarióticas e eucarióticas: quanto suas diferenças básicas devemos citar a ausência de membranas separando o núcleo do citoplasma em células procarióticas. 
Dentre estas células procarióticas (ditas incompletas) podemos citar as Rickéttsias e Clamídias; Vírus e partículas subvirais.
Estas células possuem de forma geral: 
 Cápsula: material gelatinoso de constituição polissacarídea ou polipeptídica. Sua importância é diminuir os processos de fagocitoses, ou seja, defesa.
 Parede Celular: resistente à força de tração. Constituída por peptidoglicano (aminoácidos ligados fortemente – ligações covalentes) mais açúcares complexos chamados de acetilglicosamina (baixo peso molecular) e ainda ácido acetilmurâmico. Quanto aos agentes destruidores desta parede podemos citar a lisozima e a penicilina.
 Membrana celular: caracterizado pelo mesossomo que configura-se por ser uma invaginação da própria membrana tendo suas importâncias na divisão celular, no acúmulo de enzimas respiratórias e no aumento da superfície de absorção.
 Citossol: região rica em água e sais minerais. No citossol é observado ribossomos.
 Inclusões: material nutritivo de reserva para a célula.
 DNA e plasmídio: o plasmídio é um fragmento do DNA original. O DNA é o “maestro” da atividade celular.
 Prolongamentos: Podem ser flagelos (importantes na locomoção); fimbrias: serve para adesão bacteriana ou até para a conjugação bacteriana (transferência unidirecional de plasmídio entre bactérias).
 Membrana plasmática: 
- composição química = lipídios de membrana + proteínas + carboidratos.
- Dentre os lipídios podemos citar: fosfolipídios (fosfoglicídios e esfingolipídio); colesterol; glicolipídios (cerebrosídios e gangliosídios).
- Quanto às proteínas: periféricas = mais fácil remoção; citocromos C; complexo espectrínico (mantém forma da hemácia). Integrais = difícil remoção; antígenos; moléculas transportadoras (bomba de sódio e potássio); receptores.
- Especializações de membrana: microvilos; complexos juncionais (ZO: zônula de oclusão; ZA: zônula de adesão; Desmossomos = mácula adesiva; Interdigitações; junções do tipo GAP). 
- Agentes lesivos à membrana: enzimas; detergentes e radicais livres.
- Defeitos de citoesqueleto: esferocitose e eliptocitose.
- Doenças associadas a receptores: Miastenia Graves (organismo ataca receptores de acetilcolina = fraqueza muscular generalizada) e Hipercolesterolemia Familial (defeito nos receptores de LDL = aumento da taxa de colesterol na sangue).
- Glicocálice: formado por glicoproteínas; é uma extensão da própria membrana. Como função podemos dizer que caracteriza-se por ser o “cimento” celular (adesões); além de possuir alta especificidade (reconhecimento); é possuidor de proteínas de membrana responsáveis por respostas imunitárias (imunogênicas) possuidoras do MHC (major histocompatibility complex) para diferenciações do que é “self” (próprio do organismo) ou “non-self”.
- Transportes de membrana: a membrana está exposta a diferentes meios, vamos então classificá-los observando o comportamento da membrana plasmática:
Solução hipotônica = aumento de volume celular = lise celular
Solução hipertônica = diminuição do volume celular = célula murcha
Solução isotônica = mantém o volume celular.

- Difusão passiva = osmose
- Transporte ativo: transporte contra o gradiente, há gasto de energia.
- Difusão facilitada = difusão passiva só que em maior velocidade, sem gasto de energia.
Lisossomo: função = fagocitoses (autofagia e heterofagia) ; enzimas lisossômicas: proteases, lipases, fosfatases, sulfatases, nucleases, glicosidases.
Doenças lisossômicas: associadas a membrana: pneumoconiose ; associada ao conteúdo enzimático (tesaurismoses): doença de Pompe; doença de Niemann-Pick; doença de Tay-Sachs.
Peroxissomos: presentes em abundância em células renais e hepáticas; como função: desintoxicação do álcool; oxidação de ácidos graxos de cadeia longa e participação da síntese de ácidos biliares e da catalase. Quantos as enzimas do peroxissomos citaremos: urato-oxidase, D-aminoácido oxidase, catálises e enzimas de oxidação de ácidos graxos.
Mitocôndrias: presentes em células do túbulo renal, células parietais do estômago e célula do tecido muscular estriado cardíaco. Quanto as enzimas mitocondriais: ciclo de Krebs; Oxidação de ácidos graxos de cadeia curta; síntese protéica mitocôndrial; cadeia respiratória e fosforilação oxidativa. Sobre a estrutura mitocôndrial observa-se um DNA próprio e uma estrutura denominada corpúsculo elementar cuja função é sintetizar ATP. Há alguns inibidores da atividade mitocôndrial: amital, CO, cianetos, rotenona (inibem cadeia respiratória); dinitrofenol (desacoplador); atractilosídeo (bloqueador da passagem de ATP).
Retículo Endoplasmático Rugoso (RER): presente predominantemente em células hepáticas, plasmócitos, células de glândula salivar e células caliciformes do intestino. Função do RER é sintetizar proteínas de exportação, de membrana e lisossômicas, além de fazer glicosilação inicial.
Retículo Endoplasmático Liso (REL): presente em células hepáticas, células intersticiais do testículo e células do córtex da supra-renal. Suas funções são: participação na síntese de lipídios (fosfolipídios, esteróides e triglicérides), desintoxicação, contração muscular (diz-se: retículo sarcoplasmático) e glicogenólise.
Complexo de Golgi: Funções: segregação e condensação do material protéico sintetizado pelo retículo endoplasmático rugoso, glicosilação final, sulfatação de polissacarídeos e fosfatação de proteínas.
Microtúbulos e Filamentos: componentes do citoesqueleto. Como função: mantém forma celular, movimento celular, formam cílios e flagelos e formam fibras do fuso.
Componentes da matriz extracelular: colágeno (4 tipos funcionais); elastina; glicoproteínas alongadas: fibronectina, laminina e integrinas; glicosaminoglicanas e proteoglicanas, além da lâmina basal que caracteriza-se por ser uma espécie de membrana na qual apoiam-se algumas células epiteliais, musculares e endoteliais; Sua composição possui colágeno tipo IV, heparansulfato, proteoglicana e laminina.

Tecido Epitelial –

    Composto por células epiteliais, células muito juntas com muito pouca matriz extracelular. Pouca variedade celular. Há ainda um epitélio especializado em captar estímulos (cheiro, gosto) proveniente do ambiente, são os neuroepitélios. Observe a figura, ela mostra a disposição do tecido epitelial.

Algumas estruturas nos chamam a atenção quando vamos estudar este tecido:
 Glicocálice: delgada camada glicoprotéica que reveste as células epiteliais. Participa de diversos processos como por exemplo a endocitose do tipo pinocitose.
 Lâmina Basal: superfície de contato das células epiteliais com o tecido conjuntivo. Formada quimicamente por colágeno do tipo IV. 
 Membrana Basal: composto de lâmina basal + fibras reticulares do tecido conjuntivo.
 Fibrilas de Ancoragem: são estruturas que fixa a lâmina basal ao tecido conjuntivo. 
 Estruturas de junção celular: 
Convenciona-se pólo apical da célula a porção oposta a lâmina basal e pólo basal a porção em contato com a lâmina basal.
A) Zônulas de Oclusão: são junções celulares da porção apical da célula; impedem a passagem de moléculas por entre as células.
B) Zônulas de Adesão: responsáveis pela aderência entre as células.
C) Desmossomos: estrutura juncional, tem finalidade igual da Zônula de adesão.
D) Hemidesmossomos: auxiliam na fixação da célula epitelial à lâmina basal.

 Classificação do epitélio de revestimento:
Classifica-se o epitélio de revestimento pela camada mais alta de células observada ao microscópio, isto é, se a camada superior de células for pavimentosa e ainda apresentar diversas camadas, diz-se epitélio pavimentoso estratificado (várias camadas celulares), da mesma maneira que se não houver várias camadas celulares diz-se epitélio simples pavimentoso.

Obs.: Algumas estruturas ainda podem ser observadas: Microvilos e Estereocílios cuja função é aumentar a superfície de absorção celular facilitando o trânsito de moléculas e ainda Cílios e Flagelos cuja função é exclusivamente locomotora.

Tecido Epitelial Glandular: 
    Diferencia-se do epitélio de revestimento já que neste as células possuem capacidade de armazenamento, produção e secreção de proteínas, lipídios e carboidratos.

    Quanto a classificação das glândulas exócrinas (capaz de produzir secreção que atuará no mesmo local) quanto a porção secretora: 
    a) glândulas acinosas (parece um cacho de uva);
    b) glândula tubulosa (possui porção secretora em forma tubular);
    c) glândula tubuloacinosa (assume as duas características citadas anteriormente).
    O esquema abaixo demonstra o que foi explicado:

    A classificação quanto a glândula ser simples ou composta refere-se ao ducto, se for único diz-se simples; se for duplo ou mais diz-se composto.
    Já as glândulas endócrinas possuem uma outra classificação morfológica:
    a) vesiculares: por exemplo a tireóide;
    b) cordonais: por exemplo a hipófise.

    Alguns tipos de secreções também devem ser observadas:
    a) Secreção merócrina: por exemplo a glândula lacrimal; há uma abertura no citoplasma celular com posterior liberação de seu conteúdo;
    b) Secreção apócrina: por exemplo a glândula sudorípara; há perda de uma porção do citoplasma celular;
    c) Secreção holócrina: por exemplo a glândula sebácea; há perda não de uma parte citoplasmática mas sim da célula toda em si.

    Obs. Os estímulos para este tecido epitelial funcionar são nervosos e hormonais.

    Obs’. Tumores derivados do tecido epitelial: dentre os tipos tumorais podemos citar os derivados do epitélio glandular (adenocarcinomas) e os malignos (carcinomas) considerados graves já que possuem propriedade de difundir-se com mais facilidade (metástases).

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