terça-feira, 27 de março de 2012

DOR NO QUADRIL

Etiologia

A dor do quadril pode ser resultado a inflação da bursas de duas regiões, a região do trocanter do femur (bursite trocanteriana) e da região do osso isquiático (bursite isquiática). A inflamação das bursas desta região ocorre pelos maus hábitos das pessoas, que sedentárias, vivem o dia todo sentadas, ora dirigindo ora nos escritórios. Dai a importância preventiva deste tipo de dor com exercícios dos movimentos das pernas e quadril. Cuidados com o assento do automóvel, deixando-o em uma posição confortável, o mesmo com a cadeira do escritório.

Bursite

Bursite trocanteriana  é a inflamação de uma ou mais bursas localizadas sobre a inserção do músculo glúteo médio no trocanter femoral, sendo mais comum empacientes de meia-idade e idosos, com alguma preferência pelo sexo feminino.

Sintomatologia – O sintoma principal é a dor sobre a região do trocanter, na face lateral da coxa que piora com caminhada ou ao deitar sobre o lado afetado e pode ter início agudo ou gradual.
Diagnóstico – O diagnóstico é feito pela palpação da região sobre o trocanter maior, com presença de um ponto doloroso nesta região. A dor pode piorar com a rotação externa do quadril e com a abdução contra resistência. Algumas condições podem contribuir para o surgimento da bursite trocantérica, tais como a osteoartrose da coluna lombar e/ou do quadril, diferença de comprimento dos MMII e escoliose.
Tratamento – O tratamento é feito com injeção local de corticóides de depósito, com antiinflamtórios não hormonais (AINHs) e fisioterapia com alongamento do glúteo médio e da banda iliotibial.

Bursite isquiática
É a inflamação da bursa que separa o glúteo máximo da tuberosidade isquial, sendo comum em pessoas que ficam sentadas por tempo prolongado e em superfícies duras ou, ainda, por perda de peso com perda da proteção gordurosa da nádega ao sentar. Os pacientes se queixam de dor nas nádegas sobre a tuberosidade isquiática, com irradiação para face posterior das coxas.

Tratamento – O tratamento é feito com antiinflamatórios não hormonais (AINHs), uso de assentos flexíveis e, em alguns casos, uso de corticóide (CE) local (infiltração).



NO QUADRIL, UMA DOR QUE AFETA MAIS AS MULHERES

Este artigo é especialmente dedicado às mulheres, pois são elas que lideram as estatísticas de queixas de dor no quadril. A proporção é de 4 mulheres para 1 homem e a bursite trocantérica é a causa mais comum destas queixas...

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NO QUADRIL, UMA DOR QUE AFETA MAIS AS MULHERES
DOR QUE AFETA MAIS AS MULHERES

        

A bursite trocantérica é conhecida como uma dor crônica na lateral do quadril, caracterizada por uma inflamação da bursa, uma pequena bolsa, cheia de liquido, encontrada em várias articulações do corpo como ombro e quadril, com a função de"amortecedor" e de diminuir o atrito entre estruturas ao redor da articulação durante o movimento. 

A articulação do quadril é extremamente complexa (possui 32 músculos), que é submetida a grandes forças durante a atividade física, tanto para estabilização como para movimentação. Na literatura é descrito que durante uma caminhada lenta, esta articulação recebe 1,6 vezes o peso do corpo, e na corrida aumenta para 5 vezes em cada apoio do pé no chão. Esta carga é resultante de várias forças distintas que o quadril recebe durante a atividade, entre elas a força de impacto do calcanhar, força de reação do solo e força dos músculos sobre a articulação. 

ONDE SE LOCALIZAM AS BURSAS DO QUADRIL? 
Na articulação do quadril existem de 14 a 21 bursas, mas a inflamação da bursa trocantérica é a causa mais comum de dor. 

A bursite se dá quando ocorre a inflamação da bursa, no caso da trocantérica, localizada no quadril, mais especificamente próxima a uma proeminência do fêmur, o trocanter maior. Nesta região se insere o músculo glúteo médio, responsável em estabilizar a bacia, evitando sua "queda" quando a descarga de peso ocorre apenas em um membro inferior, como ao damos um passo. 

O músculo glúteo médio não é o único responsável pela estabilização do quadril, já que, junto com ele, uma estrutura fibrosa muito forte, localizada na região lateral do quadril, faz este trabalho: a fáscia-lata. Entre o glúteo médio e a fáscia-lata está a bursa trocantérica, evitando o atrito excessivo entre eles. 

Logo abaixo do trocanter maior insere-se o músculo glúteo máximo, um potente extensor do quadril, isto é, leva o membro inferior pra trás. Durante a caminhada e principalmente durante a corrida, este tendão empurra a bursa contra o trocanter maior repetidamente, aumentando sua pressão, levando assim a uma maior predisposição à irritação e conseqüente inflamação. 

É mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos de idade. A corrida, principalmente de longa distância como a maratona, assim como o ciclismo, o futebol e alguns exercícios de musculação são práticas esportivas que tendem a desencadear o quadro, pois são atividades de esforço repetitivo que podem causar micro-traumas de repetição, ou lesões por overuse. 

O trauma direto causado por uma queda sobre o trocanter maior ou pancada na região também pode desencadear a bursite de forma súbita, devido à hemorragia na bursa, aumento do volume e consequentemente aumento do atrito. Mas, pesquisas revelam que em 8% dos casos de bursite trocantérica as causas são desconhecidas. 

QUAIS SÃO OS SINTOMAS?
A dor localizada na região lateral do quadril é o principal sintoma, no início ocorrendo apenas na corrida e ao subir escadas, e em alguns casos na caminhada. Com a progressão do quadro, a dor pode ocorrer também ao repouso e com irradiação para a coxa. Algumas pessoas se queixam de dor quando tentam cruzar as pernas na posição sentada ou ainda quando deitam sobre o lado afetado. A piora da dor é lenta ou abrupta de acordo com a atividade praticada. 

Ao exame clínico o atleta pode referir dor à palpação na região lateral do quadril; na maioria das vezes essa dor é localizada, mas em 25 a 30 % dos casos a dor irradia para a lateral da coxa. É observado também o aumento da temperatura no local da inflamação. O movimento não fica limitado, porém é doloroso em situações como a flexão do quadril, abdução (elevar a perna lateralmente) e rotação interna (girar a perna para dentro)

EXISTEM FATORES DE RISCO?
Sim, e muitos deles podem ser evitados ou minimizados. São eles: encurtamento da fáscia-lata e do músculo glúteo médio, diferença de comprimento entre os membros inferiores, pé supinado e alteração pré-existente em coluna vertebral como artrose, escoliose e hiperlordose. 

Em casos de atletas que apresentam diferença de comprimento de membros inferiores, a correção pode ser feita utilizando palmilhas ou tênis adaptados, porém essa adaptação deve ser feita apenas com a indicação de um profissional de saúde, pois o uso inadequado pode agravar o problema. Geralmente, usa-se adaptações apenas em diferenças de comprimentos de membros acima de 1 cm. 

COMO DIAGNOSTICAR A BURSITE TROCANTÉRICA?
A investigação começa por uma história clínica detalhada dos sintomas e da prática esportiva realizada. É importante relatar ao médico deformidades ou cirurgias já realizadas no quadril e também na coluna, mesmo que tratadas na infância, pois qualquer alteração desta natureza pode alterar a biomecânica (funcionamento adequado) do quadril, levando a alterações na atuação muscular e causando assim atrito anormal na bursa. Serão mensurados também os comprimentos dos membros inferiores, a flexibilidade e força muscular dos músculos envolvidos. 

O diagnóstico é praticamente clínico, exames de imagem como ultra-som, raio-x ou ressonância magnética são utilizados apenas para descartar problemas de outra natureza, como tumores ou processos articulares degenerativos. 

TRATAMENTO
O tratamento é clínico, na sua grande maioria, sendo raros os casos com indicação cirúrgica. 

O tratamento fisioterapêutico tem como objetivo o equilíbrio muscular, a diminuição da dor e da inflamação. O fisioterapeuta fará uma avaliação criteriosa para detectar quais são os grupos musculares fracos, tensos e encurtados; além disso, uma avaliação da marcha (modo de andar), da postura e de outras articulações, como a coluna lombar, é fundamental para traçar um tratamento global. 

Para a articulação do quadril, os exercícios enfocam, de uma maneira geral, o alongamento muscular de glúteos, laterais do quadril e tensor da fáscia lata, o fortalecimento de adutores do quadril (músculos internos da coxa e quadril) e o relaxamento do músculo tensor da fáscia lata e da própria fáscia lata. Além de recursos antiinflamatórios e analgésicos como a eletroanalgesia (TENS), laser, ultra-som, ondas curtas e a crioterapia. 

Outro recurso utilizado é a infiltração, onde o médico aplica um fármaco no local da inflamação para diminuir os sintomas e o processo inflamatório. Essa técnica será realizada a critério do médico. 

PARA PREVENIR
O treino consciente é sempre a melhor prevenção de lesões de um atleta. O bom preparo fisco, respeito aos limites pessoais e o equilíbrio muscular adequado são fundamentais para que a atividade seja praticada de maneira saudável. 

Se tiver um treinador, procure informá-lo sobre qualquer sintoma de dor ao movimento ou à palpação na região lateral do quadril. Apresente também o seu histórico de lesões, quedas, traumas, cirurgias e dores de qualquer natureza, para que ele possa planejar o seu treino, adotando as precauções necessárias. 

Qualquer lesão tratada no início tem maior chance de cura, menor tempo de tratamento e permite que o atleta possa voltar a sua atividade com segurança.

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