segunda-feira, 26 de março de 2012

MAL DE ALZHEIMER

O que é Doença de Alzheimer? 

A Doença de Alzheimer (DA) leva o nome do médico e professor Alois Alzheimer, que 
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descreveu, em 1907, na Alemanha, o cérebro de uma mulher de 56 anos de idade, que apresentava alguns sintomas da doença.

A DA é a forma mais comum de demência, dentre as várias existentes. A demência é o comprometimento das funções coordenadas pelo cérebro, afetando a memória, a linguagem, as funções visuais, a personalidade e outras capacidades cognitivas (como o raciocínio e o julgamento, por exemplo).

Ter a doença de Alzheimer não faz parte do envelhecimento normal. Trata-se de uma doença degenerativa, que causa a destruição das células cerebrais, levando a um estado de perda das habilidades intelectuais, que pode interferir no dia-a-dia da pessoa com a doença, impondo um fardo emocional para os pacientes, para os familiares e para os amigos.

Atinge tanto homens quanto mulheres, e pode ocorrer em qualquer década da idade adulta. Apresenta-se em duas formas diferentes, de acordo com a idade em que os sintomas aparecem:

forma senil: é assim chamada quando acomete pessoas com 60 anos ou mais;

forma pré-senil: quando ocorre em indivíduos com idade entre 40 e 60 anos.

A forma senil da doença de Alzheimer é a forma de ocorrência mais comum. Além disso, apresenta uma evolução mais lenta, onde a perda das capacidades mentais acontece aos poucos e por um período mais prolongado.

Por isso, quando os sintomas têm início após os 60 anos de idade, a DA pode ser considerada uma doença crônica de comprometimento progressivo. Acrescente-se ainda que a prevalência da doença aumenta com a idade. Ou seja, a DA atinge cerca de 1,5% dos idosos com idades entre 60 e 65 anos. Ao passo que este percentual se eleva para 45% na população com 90 anos ou mais.

Por outro lado, a forma pré-senil tem uma evolução mais agressiva e mais rápida, fazendo com que o cérebro tenha suas funções comprometidas em um período de tempo mais curto.

Fonte:http://www.alzheimermed.com.br/m3.asp?cod_pagina=1012

O aumento da expectativa de vida das pessoas trouxe consigo o aumento da população idosa. E com o envelhecimento da população veio também as doenças. Por isso, o número de cidadãos com a doença de Alzheimer aumentou tanto nos últimos anos. Calcula-se que hoje existem, aproximadamente, um milhão e 200 mil pacientes com DA somente no Brasil. No mundo esta doença acomete cerca de 25 milhões de pessoas.

Quais são os fatores de risco que podem causar a doença de Alzheimer? 

Vários são os estudos que tentam descobrir os fatores de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Até então, a idade avançada é o fator mais aceito. Isto se deve ao fato de pesquisas demonstrarem maior número de casos da doença em pessoas de idade mais avançada.

Fonte: http://www.alzheimermed.com.br/m3.asp?cod_pagina=1013

Quanto ao sexo, os estudos demonstram que a DA atinge mais as mulheres do que os homens. Mas vale lembrar que, de um modo geral, a expectativa de vida das mulheres é maior que a dos homens.

Além disso, histórico de DA na família também pode ser considerado um fator que predispõe um indivíduo à doença. Este fato não é confirmado. Mas acredita-se que está relacionado às manifestações precoces (entre 40 e 60 anos de idade) de doença de Alzheimer.

A doença de Alzheimer pode ser hereditária? 

Apesar de serem raros os casos (apenas 5% do total), a doença de Alzheimer pode sim ter uma característica de transmissão hereditária. Uma história de DA na família pode sugerir transmissão genética da doença. Já foram identificados, pelo menos, quatro genes que podem estar envolvidos no desencadeamento da doença de Alzheimer. Genes localizados nos cromossomos 21, 19, 14 e 1, por exemplo, que sofram algum tipo de mutação, podem codificar de forma diferente uma proteína, que então exercerá uma função anormal ou inadequada no organismo.

Fonte:http://alpb.codata.pb.gov.br/portal/uploads/20080615190852.jpg

Um exemplo é o gene da proteína precursora amilóide (também chamada de PPA). Se este gene sofre uma mutação, pode causar então acúmulo de amilóide β (que é um fragmento da PPA) por entre as células nervosas, formando as chamadas “placas”. O amilóide β também pode ser encontrado em excesso em pequenos vasos cerebrais (arteríolas), causando a angiopatia amilóide.

Outro gene possivelmente associado ao desenvolvimento da doença de Alzheimer é o gene da apoproteína E (Apo E). Seu alelo ɛ4 pode aumentar o risco de ocorrer DA. Não se sabe ao certo como, mas nestas condições, a Apo E é capaz de se ligar à uma outra proteína, conhecida como “tau”, e formar fibras retorcidas chamadas de “enovelados”. Vale lembrar que muitas pessoas com este padrão genético podem nunca desenvolver a DA. Portanto apresentar o alelo ɛ4 não é considerado fator de risco para a doença de Alzheimer

Tanto as placas como os enovelados são estruturas encontradas no cérebro de pacientes com doença de Alzheimer. E estas estruturas podem estar envolvidas na lesão e na morte das células cerebrais.

Como a doença de Alzheimer acontece? 

Na doença de Alzheimer existe morte e lesão dos neurônios (ou células nervosas), que são as células que formam o cérebro. Isto acontece, possivelmente, por acúmulo de determinadas substâncias (que podem ser as placas e os enovelados) no sistema nervoso central. Esta perda de células nervosas geralmente ocorre de maneira progressiva, não acontecendo inicialmente em todo o tecido cerebral.

Fonte:http://alhumairoh.files.wordpress.com/2008/12/alzheimers-disease.jpg

Entretanto, além disso, há também diminuição de secreção de neurotransmissores, que são substâncias secretadas por neurônios com a função de passar a informação de um neurônio para o outro. Um destes neurotransmissores é a acetilcolina.

Uma característica importante na identificação da doença de Alzheimer é a atrofia, lenta e progressiva na maioria das vezes, de tecido cerebral. Ou seja, há diminuição da massa encefálica. E por causa de todas essas alterações há as manifestações clínicas que permitem ao médico suspeitar de DA.

No início, há perda de memória. Mas esta perda pode não ser percebida pela pessoa com DA ou por familiares e amigos, pois pode ser atribuída a um “esquecimento” rotineiro.

A memória mais afetada é a memória recente, responsável por guardar informações do que se viveu ou do que se aprendeu há menos tempo. Geralmente, a memória antiga é preservada e, por isso, o paciente se lembra de acontecimentos e fatos do passado.

Aos poucos, o paciente começa a ter diminuição da capacidade intelectual, onde a pessoa pode se sentir desorientada, 
Fonte:http://alpb.codata.pb.gov.br/portal/uploads/20080615190852.jpg

pode se confundir quanto ao lugar em que está e pode trocar datas. Nesta fase da doença o paciente pode, também, apresentar um quadro de depressão. Mas, é importante dizer que a demência causada pela DA, nesta fase, deve ser distinguida da demência psiquiátrica (que provém de outras causas que não a doença de Alzheimer).

Ainda nas fases iniciais, a pessoa pode ter alterações na linguagem, com dificuldades para encontrar palavras, dificuldade para comunicar-se com outras pessoas.

Com o avanço da doença, o paciente passa a ter alterações de comportamento, podendo ter alucinações visuais e auditivas, além de idéias de perseguição. Neste período, o paciente pode acusar o cônjugue de infidelidade, por exemplo.

Com o passar dos anos, a perda de massa encefálica torna-se cada vez mais grave, e causa o aparecimento de sintomas ainda piores. A perda da memória torna-se maior e isso não o ajuda a identificar pessoas próximas, o paciente passa a não ter controle sobre a hora de urinar, passa a ter dificuldade para se vestir, para comer, enfim, para cuidar de si.

Quais os sintomas do paciente? 

É possível resumir os sintomas em três estágios diferentes da doença de Alzheimer:

Leve: há confusões, perda de memória, confusão de lugar, dificuldades para cumprir tarefas do dia-a-dia;

Moderado: dificuldade para tomar banho, para vestir-se e alimentar-se, ansiedade, delírios e alucinações, dificuldade de reconhecer e lembrar de amigos e familiares, agitação e, por isso, alteração no sono e humor;

Grave: diminuição do vocabulário, diminuição do apetite, passa a não conseguir controlar a hora de urinar e evacuar.

Nesta fase, o paciente de DA torna-se muito dependente de um cuidador.

Vale lembrar que o diagnóstico diferencial é essencial a partir do momento em que a pessoa começa a apresentar as alterações na memória.



Mal de Alzheimer é revertido pela primeira vez, no Canadá!


Cientistas canadenses conseguem reverter Mal de Alzheimer em pacientes com a doença, há mais de um ano

O processo de encolhimento do cérebro na doença de Alzheimer foi revertido em alguns casos através do uso de estímulos elétricos no cérebro, e a reversão do encolhimento reduz o declínio cognitivo relacionado à doença.

O experimento aconteceu no Canadá, na Universidade de Toronto, liderado pelo médico Andres Lozano, que aplicou estímulos cerebrais profundos em seis pacientes. Em dois casos a deterioração da área do cérebro associada à memória não só parou de encolher mais voltou a crescer, nos outros quatro foi parado o processo de deterioração.

Cientistas ainda estudam como o processo de estimulação funciona no cérebro. Esse avanço pode ser decisivo no combate a doença já que foi a primeira vez que um caso foi revertido.

Veja como o Alzheimer age no cerebro 


PROTEÍNA TAU E O ALZHEIMER

Pesquisadores vem discutido durante algum tempo se o emaranhado Tau e as placas beta-amilóide são a causa primária do Alzheimer. As placas beta-amilóide já foram tratadas em posts passados, agora é a vez de falar um pouco mais sobre a proteína Tau, também já citada anteriormente.
A proteína Tau é um importante componente do citoesqueleto neuronal, encontrada nos axônios e sendo responsável pela estabilização dos microtúbulos. Estes microtúbulos são cilíndricos poliméricos ocos compostos de proteínas chamadas tubulinas. Além de sustentação, os microtúbulos desempenham papel na comunicação e no processamento de informação celular.

Neurônio mostrando seus microtúbulos e a estrutura tridimensional evidenciando as proteínas Tau e tubulinas.

Um grupo de cientistas da Universidade de Northwestern descobriram que a proteína Tau deve estar presente para permitir que a beta-amilóide induza a degeneração das células cerebrais, recorrente na DA. Ao analisarem a composição do citoesqueleto dos neurônios com pouca proteína Tau eles encontraram uma rotação rápida dos microtúbulos. Os resultados sugerem que os neurônios capazes de manter a composição dos microtúbulos com rotação rápida conforme envelhecem, podem ser resistentes à neurodegeneração.
Em pacientes com Alzheimer, a proteína Tau se encontra em estado anormal, hiperfosforilado, o qual dá origem a filamentos helicoidais pareados que integram os emaranhados neurofibrilares.


Estrutura tridimensional da proteína Tau.


Há evidências de que o estado de fosforilação é modificado pelos produtos metabólicos das diversas enzimas (PLA2) que participam de processos fisiológicos importantes do cérebro. Em uma pesquisa feita, a PLA2 foi inibida para testar seus efeitos sobre o estado de fosforilação da proteína Tau. Os resultados mostraram que a inibição da PLA2 leva a um aumento específico da fosforilação da Tau no resíduo da serina 214. Isto reforça a ideia do papel da PLA2 na fisiopatologia da Doença de Alzheimer, na qual a redução da atividade enzimática tem relação com parâmetros clínicos e neuropatológicos da demência.




À esq. microtúbulos em neurônio saudável. À dir. neurônio danificado com a presença da proteína Tau hiperfosforilada

 PLACAS BETA MIELÓIDE

No dia 3 de novembro de 1906, em um modesto encontro de psiquiatras da região sudoeste da Alemanha, duas pessoas ficaram mundialmente famosas. A primeira nem tanto, já que ficou conhecida apenas da comunidade médica, com o nome abreviado de Auguste D. A segunda ficou de fato bastante famosa, pois seu nome cunhou uma doença que a cada dia se torna mais prevalente nas populações humanas: Alois Alzheimer, o médico de Auguste D. que apresentou aos colegas os devastadores sintomas de demência que se precipitaram na paciente aos 50 anos e causaram a sua morte aos 56.

Auguste D (1850-1906), à esquerda, e Alois Alzheimer (1864-1915), à direita.

Alzheimer descreveu em detalhe o caráter progressivo da deterioração mental de Auguste D. e, após a morte da paciente, analisou seu cérebro e concluiu que sua doença deveria ter alguma relação com estranhas placas de um material depositado no espaço entre os neurônios e com intrigantes novelos de fibrilas (como fios emaranhados) no interior dessas células do cérebro. 

Até pelo menos 70 anos depois da descrição de Alzheimer, a doença que levou seu nome era considerada uma raridade. Lembro-me do curso de medicina que fazia na Universidade Federal do Rio de Janeiro nos anos 1970, durante o qual aprendi que a demência dos idosos era causada principalmente pela arteriosclerose, um endurecimento e estreitamento das artérias cerebrais que resultavam em déficit de irrigação sangüínea do cérebro. 

Nos anos seguintes, o quadro começou a mudar radicalmente, pois se reconheceu que a principal causa de demência após os 65 anos era mesmo a doença de Alzheimer. Além disso, o aumento da expectativa de vida em bom número de países, inclusive o Brasil, levou as pessoas a viverem mais, e a doença de Alzheimer se tornou cada vez mais freqüente. Atualmente, estima-se que cerca de 15 milhões de pessoas em todo o mundo sofram dessa doença progressiva que provoca degeneração dos neurônios e, com ela, um severo déficit de memória, seguido de perda da capacidade de raciocínio e deterioração mental generalizada, que acaba resultando na morte do indivíduo. A doença permanece sem cura e os tratamentos disponíveis apenas retardam um pouco a progressão dos sintomas. 

Mecanismos moleculares 
Esse quadro dramático estimulou os neurocientistas do mundo todo a dirigirem o foco de suas pesquisas aos mecanismos moleculares da doença, com vistas a desenvolver estratégias eficazes de tratamento. Em 1984, descobriu-se acomposição das placas descritas por Alzheimer: eram formadas por fibrilas, depósitos agregados de segmentos de uma proteína que normalmente fica na membrana das células nervosas. Esses segmentos protéicos, batizados de beta-amilóides, são produzidos por proteínas cortadoras especializadas (enzimas) e pareciam ser o vilão da história. 

Depois se conheceu a composição molecular dos novelos fibrilares que Alzheimer também descreveu dentro dos neurônios: tratava-se da variante anômala de uma proteína com nome de letra grega – Tau – responsável pela estabilidade da estrutura interna dos neurônios. O quadro parecia fechar: um defeito (genético?) provocava a segmentação anômala da proteína precursora do beta-amilóide, e as fibrilas que se formavam causavam degeneração e morte dos neurônios, cujos detritos se misturavam ao beta-amilóide acumulando-se em placas. Neurônios doentes, morte neuronal, sintomas cada vez mais graves. 

Logo se descobriu que não era bem assim. Para isso, contribuiu fortemente um grupo de neurocientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – liderados por Sergio Ferreira e Fernanda DeFelice. O trabalho deles, em paralelocom outros grupos em diversos países, mostrou recentemente que o vilão da doença de Alzheimer não é o beta-amilóide fibrilar, como se supôs inicialmente. As verdadeiras neurotoxinas são agregados bem menores que as fibrilas, chamados oligômeros. 

Esses oligômeros, também formados pela proteína beta-amilóide, são capazes de se dissolver e difundir entre os neurônios e, assim, agir sobre eles, interferindo de um modo cujo funcionamento ainda é mal conhecido. As placas e novelos fibrilares descritos por Alzheimer passaram a ser considerados conseqüência, e não causa, da lesão avançada dos neurônios, quem sabe mesmo uma forma de resistência deles ao distúrbio que os agride. 

Proposta instigante 
O grupo da UFRJ, entretanto, foi mais ousado. Em artigo a ser publicado no número de outubro da revista científica Journal of Neurochemistry , mostrou que a propriedade de danificar neurônios pode ser uma característica das proteínas em geral, ou pelo menos de muitas delas, quando, em certas condições, são levadas a formar oligômeros. Marcelo Vieira, primeiro autor do artigo, e um numeroso time de colaboradores de Ferreira e DeFelice, trabalharam com uma inocente proteína presente na clara de ovo, chamada lisozima. Aplicando certas condições artificiais a essa proteína, os pesquisadores conseguiram produzir oligômeros de lisozima. Depois, aplicando os oligômeros tanto a neurônios cultivados como diretamente ao cérebro de ratos de laboratório, conseguiram provocar alterações muito semelhantes às que caracterizam a doença de Alzheimer. ( Clique aqui para ver o esquema do experimento dos pesquisadores brasileiros).

À esquerda, o segmento protéico patogênico beta-amilóide. À direita, a lisozima da clara de ovo, normalmente inócua. A inocente lisozima, em condições físico-químicas particulares, pode ser também segmentada em oligômeros e causar dano aos neurônios semelhante ao que produzem os oligômeros de beta-amilóide.


Trata-se de um grande avanço, porque se a neurotoxicidade passa a ser considerada uma propriedade geral de proteínas quando adquirem a forma de oligômeros, fica muito mais fácil inventar modelos de estudo das doenças neurodegenerativas (não apenas Alzheimer), cujos mecanismos causais seriam os mesmos ou muito semelhantes. E é claro que isso torna mais acessível imaginar alternativas terapêuticas para elas. 

Pessimistas como o neuroquímico inglês John Hardy chamam a atenção para o fato de que, cem anos depois da descrição de Alois Alzheimer, Auguste D. continuaria sem tratamento e morreria em poucos anos, como ocorreu. Mas, a julgar pela velocidade trepidante dos avanços da pesquisa nessa área, os otimistas como eu podem contra-argumentar que o conhecimento acumulado dos mecanismos moleculares da doença já permite vislumbrar uma luz no fim do túnel. Uma luz de memória e consciência na escuridão da demência e do abandono em que vivem esses pacientes.




As placas são formadas quando pedaços da proteína chamada beta-amilóide se agrupam. As beta-amilóides vêm de uma proteína maior encontrada na membrana gordurosa que envolve as células nervosas.

A beta-amilóide é quimicamente "pegajosa" e se junta aos poucos formando as placas.

As formas mais nocivas de beta-amilóide talvez sejam os grupos de pequenos pedaços do que as placas em si. Os pequenos agrupamentos podem bloquear a sinalização entre as células nas sinapses. Eles também podem ativar as células do sistema imunológico que causam inflamações e devoram células deficientes. 



Experimento americano mostra efeitos positivos na luta contra o Alzheimer

Divulgação

Um medicamento contra o câncer, já em teste em humanos, poderá reverter danos cerebrais provocados pelo mal de Alzheimer. A droga epothilone D, que, nos Estados Unidos, está na fase dois de ensaios clínicos, tem o potencial de estabilizar neurônios em processo de degeneração, além de melhorar a memória e o aprendizado. O estudo da substância como potencial arma contra doenças neurológicas foi feito em ratos, mas os pesquisadores estão animados e otimistas com os resultados.

A ciência já comprovou que o mal degenerativo está associado a dois problemas: um, o acúmulo de placas de gordura no espaço entre os neurônios; dois, os emaranhados neurofibrilares. Esses últimos se caracterizam por verdadeiros nós que surgem no cérebro. Por uma causa ainda desconhecida, uma proteína chamada tau começa a perder a função, destruindo os microtúbulos, estruturas consideradas os “esqueletos” das células. Quando atingidas, essas membranas em formato cilíndrico ficam retorcidas, formando uma confusa teia..


Tal como vem referido na página dos tratamentos, a prevenção de Alzheimer acaba por ser a melhor “cura” que existe. Adoptar hábitos preventivos, na verdade, não é em rigor garantia de que não venhamos a padecer da doença no futuro; porém, a comunidade científica acredita que tais hábitos poderão pelo menos reduzir as probabilidades de desenvolvimento de Alzheimer. Assim sendo, há uma questão que ganha toda a pertinência: como reduzir as chances de virmos a sofrer de Alzheimer? Não há consenso quanto às verdadeiras causas da doença, mas uma vez que ela manifesta-se por meio da degradação das células neuronais, é de certa maneira óbvio que a prevenção passa por salvaguardar a saúde cerebral. Isto pode ser conseguido principalmente por duas vias: 1) através da estimulação das faculdades da cognição (ou por outras palavras, do exercitação do cérebro); 2) através de uma vida saudável.

1) Como prevenir Alzheimer exercitando o cérebro: Graças à neurociência, sabemos hoje que o crescimento cerebral prolonga-se por toda a vida, e que uma forma que o cérebro tem de compensar o declínio natural das suas faculdades (o qual vai-se dando a partir de uma certa altura da vida) é o de estabelecer conexões entre as suas células. Traduzindo: são estas conexões que retardam o envelhecimento cerebral, e assim sendo a estimulação de tais conexões é o que permitirá combater doenças neurodegenerativas como a de Alzheimer. O segredo é então adoptar hábitos de exercitar, desafiar e re-habituar o nosso cérebro de modo a salvaguardar a sua saúde. (Leia também este artigo sobre prevenir Alzheimer)

O que se pode fazer para exercitar o cérebro? Há tantas actividades do quotidiano que ajudam a estimular o cérebro que qualquer pessoa conseguirá sem grande esforço reunir uma lista aceitável delas. Coisas simples (e que podem ser feitas diariamente sem atrapalhar muito as rotinas) como ler um livro ou fazer as palavras cruzadas e o sudoku dos jornais – que podem ser desempenhadas na meia-hora que perdemos todos os dias nos transportes a caminho do emprego – poderão a médio-longo prazo salvar a sua saúde cerebral. Outras actividades: apostar na sua formação profissional através de novos cursos e aprender novos idiomas (pois estudar é sem dúvida uma actividade cognitiva de excelênca); memorizar os números de telemóvel de familiares e amigos; aprender a manejar um instrumento musical; fazer contas simples sem recorrer à calculadora; jogar xadrez, damas, às cartas ou outro a jogo do tipo (mesmo que não tenha parceiro, o que não faltam são soluções no seu computador); etc.

Para além disso, poderá adoptar pequenos comportamentos que impliquem o uso dos seus membros mais fracos. Por exemplo: se é destro, passe a utilizar mais vezes a mão e o pé esquerdos. Poderá aplicar isto em muita coisa: segurar no rato do computador com a outra mão, digitar uma SMS, subir o primeiro degrau de uma escadaria, escovar os dentes, trancar a porta do carro ou de casa, entre outros. Como o cérebro não está habituado a tais actividades, você estará a obrigá-lo a adaptar-se a uma nova realidade.

O que evitar?

Aquilo que os especialistas mais reprovam no que toca à saúde do cérebro é sem dúvida o excesso de televisão e de jogos de computador. Ver muita televisão ou jogar demasiado, principalmente se os programas/jogos não desafiam o cérebro, é um factor de contribuição para a sua atrofia.

2) Como prevenir Alzheimer adoptando hábitos saudáveis?

Estudos apontam que maus hábitos são factores de risco também para a saúde do cérebro. Em especial, deve-se evitar vícios como o tabaco e o álcool (que aceleram a degradação das células), o sedentarismo e maus hábitos alimentares. Hipertenção, stress, diabetes e colesterol alto são algumas das grandes ameaças. O desporto regular é essencial e a alimentação deve ser equilibrada e o menos calórica possível. Tenha uma dieta rica em vegetais e frutas (em especial os que contêm antioxidantes e vitaminas B, C e E), óleos vegetais com Ómega 3 e evite consumir gorduras e açúcar em excesso.






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