Efeitos Fisiológicos do Treinamento
EFEITOS FISIOLÓGICOS DO TREINAMENTO DAS ATIVIDADES EM ACADEMIA:
TIPOS DE ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS:
Adaptações Metabólicas:
Aumento da capacidade do sistema oxidativo das células musculares, especialmente das de contração lenta.
Redução da produção de lactato durante a realização de esforços físicos a uma dada intensidade.
Potencialização da utilização dos ácido graxo livre (AGL) como substrato energético na realização dos esforços físicos a uma determinada intensidade, permitindo poupar o glicogênio muscular.
Aumento da atividade metabólica geral, tanto durante a realização dos esforços físicos quanto em condições de repouso.
Aumento da sensibilidade à insulina a aceleração do metabolismo das lipoproteínas no plasma, reduzindo os níveis de triglicerídeos e, em menor grau, do colesterol ligado às lipoproteínas de baixa e de muito baixa densidade.
Eliminação do excesso de reserva adiposa, além do favorecimento de distribuição de gordura corporal que venha a favorecer a um padrão mais saudável.
Adaptações Cardiorrespiratórias:
Melhora o rendimento do coração ao produzir as necessidades energéticas do miocárdio mediante a redução da freqüência cardíaca e da pressão sangüínea.
Incrementa o débito cardíaco à custa de maior volume sistólico e de diminuição da freqüência cardíaca.
Aumenta a diferença artério-venosa de oxigênio, como resultado da distribuição mais eficiente do fluxo sangüíneo para os tecidos ativos e da maior capacidade desses tecidos em extrair e utilizar o oxigênio.
Eleva a taxa total de hemoglobina e beneficia a dinâmica circulatória, o que facilita a capacidade de fornecimento de oxigênio aos tecidos.
Favorece o retorno venoso e evita o represamento do sangue nas extremidades do corpo.
Aumenta a ventilação pulmonar mediante ganho no volume-minuto e na redução da freqüência respiratória.
Adaptações Músculo-ósteo-articulares:
Aumenta o número e a densidade dos capilares sangüíneos dos músculos esqueléticos, oferecendo ainda maior incremento em seus diâmetros durante a realização dos esforços físicos.
Eleva o conteúdo de mioglobina dos músculos esqueléticos e aumenta a quantidade de oxigênio dentro da célula, o que facilita a difusão do oxigênio para as mitocôndrias.
Melhora a estrutura e as funções dos ligamentos, dos tendões e das articulações.
(BLAIR et alii,1994 ; BOUCHARD et alli,1994 ; YAZBEK & BATTISTELLA,1994 ; citado por GUEDES,1995).
Efeitos Psicológicos e Sociais:
Melhora a capacidade de trabalho.
Melhora a imagem de si próprio.
Redução da ansiedade e depressão.
Melhora sensação de bem-estar.
Melhora apetite e o ritmo de sono.
ALTERAÇÕES NO SISTEMA ANAERÓBIO:
Aumentos nos níveis dos substratos anaeróbios em repouso.
Aumentos na quantidade e na atividade das enzimas-chave que controlam a fase anaeróbia do fracionamento da glicose.
Aumentos na capacidade para suportar os níveis de ácido láctico sangüíneo durante o exercício máximo (explosivo) após treinamento anaeróbio. Devido aos maiores níveis de glicogênio e das enzimas glicolíticas.
Fatores que Influenciam no Treinamento
Fatores Influenciadores do Treinamento:
Aptidão Inicial:
Uma vez determinadas, com exatidão, as qualidades físicas da atividade proposta, o professor deverá escolher os testes que lhe permitirão aferir com precisão o estado inicial do aluno.
Com um trabalho geral, podem ser esperadas melhoras de 5 a 25% na aptidão aeróbia. Essas melhoras são observadas no transcorrer das três primeiras semanas de treinamento.
Classificação da Atividades Física em Termos de Intensidade do Exercício |
Homens | Consumo de Energia | |||
Nível | Kcal. min -1 | L.min-1 | ml.(kg.min.)-1 | METs |
Ligeiro | 2,0 - 4,9 | 0,40 - 0,99 | 6,1 - 15,2 | 1,6 - 3,9 |
Moderado | 5,0 - 7,4 | 1,00 - 1,49 | 15,3 - 22,9 | 4,0 - 5,9 |
Intenso | 7,5 - 9,9 | 1,50 - 1,99 | 23,0 - 30,6 | 6,0 - 7,9 |
Muito Intenso | 10,0 - 12,4 | 2,00 - 2,49 | 30,7 - 38,3 | 8,0 - 9,9 |
Supra Intenso | 12,5 | 2,50 | 38,4 | 10,0 |
Mulheres | Consumo de Energia | |||
Nível | Kcal. min. -1 | L. min-1 | ml.(Kg.min)-1 | METs |
Ligeiro | 1,5 - 3,4 | 0,30 - 0,69 | 5,4 - 12,5 | 1,2 - 2,7 |
Moderado | 3,5 - 5,4 | 0,70 - 1,09 | 12,6 - 19,8 | 2,8 - 4,3 |
Intenso | 5,5 - 7,4 | 1,10 - 1,49 | 19,9 - 27,1 | 4,4 - 5,9 |
Muito Intenso | 7,5 - 9,4 | 1,50 - 1,89 | 27,2 - 34,4 | 6,0 - 7,5 |
Supra Intenso | 9,5 | 1,90 | 34,5 | 7,6 |
Fonte:(McARDLE,1991:107) |
Intensidade:
As alterações fisiológicas induzidas pelo treinamento dependem essencialmente da intensidade da sobrecarga (McARDLE,1992:281).
ZONA ALVO (AERÓBIO) | |
Limite inferior | 60% FCmáx ou 50% VO2máx |
Limite superior | 90% FCmáx ou 85% VO2máx |
O efeito do treinamento anaeróbio é obtido em níveis mais elevados, a partir do limiar anaeróbio, determinado pelos níveis de ácido lático sangüíneo, pela ventilação minuto, ou estimado por testes de campo.
A intensidade do exercício reflete tanto o custo calórico do trabalho quanto os sistemas energéticos específicos ativados. A intensidade pode ser aplicada em bases absolutas ou relativas.
Absoluta: Aula de ginástica aeróbica; mesmo trabalho, mesmo ritmo e com a mesma duração.
Relativa: A intensidade costuma ser especificada na forma de algum percentual da função máxima como, por exemplo, VO2 máx., FC máx ou capacidade máxima de trabalho (METs).
Duração:
A melhora na capacidade aeróbia está diretamente relacionada à duração de cada sessão de treinamento.
A quantidade de trabalho cardiopulmonar será, via de regra, superior ao trabalho neuromuscular. Dependerá, da qualidade física a ser trabalhada e do método de treinamento escolhido.
Freqüência do Treinamento:
Os programas típicos de treinamento são executados 3 dias por semana, com um dia de repouso entre 2 dias de sessões.
Treinar menos de 2 dias por semana em geral não produz alterações adequadas, seja na capacidade aeróbia ou anaeróbia, seja na composição corporal.
Para conseguir uma redução ponderal significativa através do exercício, recomenda-se que cada sessão dure pelo menos 20 a 30 minutos e que seja de intensidade suficiente para gastar cerca de 300 kcal.
Recomendações: (DANTAS,1994:132)
Velocidade e/ou resistência anaeróbia 3 vezes por semana
Resistência aeróbia 3 a 5 vezes por semana.
Programas de emagrecimento 6 vezes por semana.
Idade e Sexo:
A capacidade de resistência aeróbia aumenta com a idade até o meio ou final da terceira década de vida. A força e a resistência muscular, bem como a resistência cardiovascular seguem padrões semelhantes de desenvolvimento.
As mulheres tendem a alcançar seu pico de atividade muito mais cedo,ou seja, logo depois da puberdade. Os homens já tendem a manter seu desempenho máximo até os 30 anos. Já as mulheres entram em sua fase de declínio logo após atingirem seu desempenho máximo. Até a puberdade, não existem diferenças essenciais entre homens e mulheres, no que diz respeito a praticamente todos os aspectos relacionados às atividades físicas.
Mensuração das Capacidades Energéticas
Mensuração das Capacidades Energéticas
Consumo de Energia em Repouso - Taxa Metabólica Basal (TMB)
Existe um nível mínimo de energia necessária para manter as funções vitais do organismo no estado de vigília. Essa necessidade de energia recebe o nome de taxa metabólica basal (TMB).
A utilização da TMB estabelece as importantes bases energéticas para montar um programa de controle ponderal através da dieta, exercício ou de uma combinação efetiva de ambos (McARDLE, 1991:103).
Estimativa do gasto energético diário em repouso
Para estimar o gasto energético em repouso de uma pessoa, o valor apropriado da TMB , deve ser multiplicado pela área superficial, computada a partir da estatura e do peso.
Fatores que afetam o consumo de energia:
Atividade física
Termogênese de indução dietética
Clima
Gestação
Lactação
Gasto Energético na Atividade Física
Foram propostos vários sistemas de classificação para estimar a dificuldade da atividade física sustentada em termos de sua intensidade.
O trabalho moderado para homens é aquele que dá origem a um consumo de oxigênio até três vezes maior que a demanda em repouso.
O trabalho pesado é classificado como aquele que requer seis a oito vezes o metabolismo de repouso,
O trabalho máximo é considerado como qualquer tarefa acima de nove vezes do nível de repouso.
NOTAS:
- A massa corporal é um fator importante que afeta a energia despendida em muitas formas de exercícios;
- O gasto energético diário médio é estimado como sendo de 2.700 a 3.000 kcal para homens e de 2000 a 2100 para mulheres entre 15 e 50 anos de idade.
Equilíbrio Energético
A quilocaloria (Kcal) é a unidade de medida utilizada na mensuração do consumo e da demanda energética.
O consumo energético é traduzido pelo equivalente calórico dos nutrientes que compõem a dieta, ao passo que a energia envolvida com o metabolismo basal e com o metabolismo voluntário corresponde à demanda energética.
Essa relação de consumo e demanda de energia é o que se denomina de equilíbrio energético (Guedes, 1995:105).
Equilíbrio Isoenergético
CONSUMO ENERGÉTICO | = | DEMANDA ENERGÉTICA |
Equilíbrio Energético Positivo
CONSUMO ENERGÉTICO | > | DEMANDA ENERGÉTICA |
Equilíbrio Energético Negativo
CONSUMO ENERGÉTICO | < | DEMANDA ENERGÉTICA |
NOTAS:
- Para que ocorra perda gradual de peso corporal sem maiores conseqüências negativas ao melhor estado de saúde, o equilíbrio energético negativo à custa da interação dieta e exercícios físicos não deverá exceder a 500-1000 Kcal/dia.
- A demanda energética por sessão de treino, deverá ficar entre 300-500 Kcal.
Protocolos
Testes para medir a potência Anaeróbia Alática (Sistema ATP-CP Velocidade)
1. Corrida de 50 metros (Johnson & Nelson,1979) Objetivo: medir a velocidade de deslocamento.
clique aqui para ver a tabela de classificação para a corrida de 50 metros
2. Corrida de 6 segundos (Johnson & Nelson,1979)
3. Shuttle Run de velocidade (Eurofit, 1988) - dados: 5 m , cinco ciclos , cones.
Força Explosiva
1. Salto vertical (Johnson & Nelson, 1979) - Objetivo: medir a potência dos membros inferiores no plano vertical.
Equipamento: superfície lisa, de três metros de altura, graduada de 2 em 2 centímetros e pó de giz.
Resultado: Subtrai-se a marca mais alta do salto da mais baixa.(3 tentativas)
2. Salto Horizontal (Johnson & Nelson, 1979) - Objetivo: medir a potência dos membros inferiores no plano horizontal.
Equipamento: fita adesiva, para assinalar a linha de partida e trena.
3. Arremesso de Medicinebol (Johnson & Nelson,1979) - Objetivo: medir a força explosiva dos membros superiores e cintura escapular.
Equipamento: uma bola medicinal de 3 quilos, cadeira, fita adesiva, corda e trena.
Testes para medir a potência Anaeróbia Lática.
(ATP-CP + àcido lático)
Resistência Anaeróbia
1. Teste de corrida de 40 segundos (Matsudo, 1979) - Objetivo: determinar indiretamente, a capacidade de resistência anaeróbia lática.
Equipamento: demarcação, metro a metro, de uma pista de atletismo a partir dos 150m até os 350 metros.
2. Teste de 300 (RÚSSIA)
3. Corrida de 400m (F) e 600m (M)
4. Teste de Wingate - Consiste em 30 segundos de exercício supermáximo, realizado em um cicloergômetro.
5. Teste de potência dos degraus - Consiste em subir uma escada o mais rápido possível, pulando três degraus de cada vez.
Força de Resistência
1. Força abdominal - Objetivo: medir a resistência da musculatura abdominal por meio da flexão do tronco.
Tempo: 60 segundos.
Resultado: número de repetições.
Testes para medir a potência Aeróbia Máxima:
COMO AVALIAR O VO2máx?
INSTRUMENTOS:
- Esteira rolante, bicicleta ergométrica, pista de atletismo, degraus etc...
- Medição direta
- Medição indireta
- Máximo
- Submáximo.
PROTOCOLOS:
ESTEIRA ROLANTE
Protocolo de BRUCE - Ë o mais conhecido e utilizado em nosso meio. Consiste na aplicação de cargas progressivas a cada três minutos de forma contínua.
O VO2 máx é estimado por:
Homens
VO2máx ml.(kg.min)-¹ = 8,33 + (2,94 x T)
Mulheres
VO2máx ml.(kg.min)-¹ = 8,05 + (2,74 x T)
T = Tempo em minutos
Protocolo de ELLESTAD
O VO2 máx é estimado por:
VO2 máx ml (kg.min.) - ¹= 4,46 + (3,933 x tempo total em min.)
TESTES DE CAMPO (Em pista ou rua)
Teste de 12 minutos - (Cooper, 1970; Ashperd, 1981) - Consiste em correr a maior distância possível em 12 minutos. O teste deve ser realizado em superfície plana.
O VO2máx é estimado por:
VO2máx (ml.kg.min) = D - 504/45
D = Distância em metros
Teste de Balke (15 minutos)
O VO2máx é estimado por:
VO2máx (ml.kg.min) = 33 + 0,17 (D - 1955)/15
D = Distância em metros
Teste dos 3200m (Dr. Art Weltman, 1989) - É normalmente o mais utilizado por atletas fundistas. Existe uma correlação deste teste com o Limiar anaeróbio.
O VO2máx é estimado por:
VO2máx (ml.kg.min) = 118,4 - 4,774 (T)
T = tempo em minutos e fração decimal dos 3200m.
Teste de corrida de 2.400m (Cooper) - Metodologia: determinar o tempo gasto para a execução do teste.
Para se obter o escore final em uma unidade metabólica, pode-se encontrar o resultado pela fórmula proposta pelo American College Sport Medicine (Vivacqua & Hespanha ,1992).
VO2máx ml (kg.min)-¹ = (D x 60 x 0,2) + 3,5 ml (kg.min)-¹
Duração em segundos
Teste de caminhada de 1 milha (MCARDLE,1991: 143) - População Alvo: indivíduos de baixa aptidão Física [ VO2máx inferior a 30 ml(kg.min)-¹ ].
Metodologia: peso corporal e idade.
Aplicação: caminhada de 1600m com o tempo cronometrado. A freqüência cardíaca em bpm deve ser acompanhada no final dos últimos 400m.
A equação para VO2máx enunciada em ml. (kg.min.)-¹ é:
VO2máx = 132,853 - (0,0769 x PC x 2,2) - (0,3877 x Idade) + (6,315 x Sexo) - (3,2649 x T) - (0,1565 x FC)
S = 1 (masc.) ou 0 (fem)
TESTE DE BANCO ou DEGRAU
É o mais simples de ser utilizado, tornando de certa forma, muito útil sua aplicação em escolas, clubes e academias. Podendo ser constituído de um ou dois degraus. A altura do banco varia conforme o protocolo escolhido, encontrando-se valores entre 4 a 52 cm (MARINS,1996:12)
VANTAGENS:
baixo custo
facilidade de transporte
não necessita de calibragem
O metrônomo é um acessório importante, durante a realização dos testes, para determinar o ritmo ideal de execução do avaliado.
Protocolo do Quens College (MCARDLE e Col.,1981)
Teste Submáximo
A altura do banco é fixada em 41 cm. Para mulheres a cadência de subida é fixada no metrônomo em 88 toques por minuto (22 subidas) e para os homens, 96 toques por minutos (24 subidas). O teste tem a duração de 3 minutos. A FC é tomada no quinto segundo após o término do teste até o vigésimo segundo. O valor obtido é multiplicado por quatro para obtermos o valor por minuto.
Homens: VO2máx ml. (kg.min)-¹ = 111,33 - (0,42 x FC)
Mulheres: VO2máx ml. (kg.min)-¹ = 65,81 - (0,1847 x FC)
CICLOERGÔMETRO
Protocolo de Astrand (Submáximo)
metodologia: escolha uma carga inicial de trabalho que varia de acordo com o sexo. Para o sexo masculino a carga deve variar entre 100 a 150 Watts e para mulheres entre 50 a 100 Watts. O avaliado deverá pedalar durante 5 minutos; registra-se a FC do 4º e 5º minutos, e se obtém o valor médio. A FC de carga deverá estar entre 120 e 170 bpm e , preferencialmente acima de 140 para os jovens (Araújo, 1984).
Cálculo do VO2máx (l.min-¹) :
Homens
VO2máx = (195 - 61/ FC - 61) x VO2 carga
Mulheres
VO2máx = (198 - 72 /FC-72) x VO2 carga
onde:
FC = média da freqüência cardíaca obtida no quarto e quinto minutos da carga.
VO2 carga = consumo de oxigênio necessário para pedalar uma dada carga. Pode ser obtido pela seguinte equação:
VO2 carga l.min-¹ = 0,014 x carga (Watts) + 0,129
Obs.: Caso duas cargas sejam utilizadas, deve-se calcular o VO2máx para as duas, obtendo-se a média entre os resultados. Caso o indivíduo tenha uma idade superior a 35 anos, é necessário a aplicação de um fator de correção conforme a tabela abaixo:
VO2máx = VO2máx calculado x fator idade
Protocolo de Balke - Metodologia: São empregados estágios múltiplos aumentando a carga de 2 em 2 minutos, com magnitude de 25 Watts caso o indivíduo não seja atleta e 50 Watts caso o indivíduo seja atleta ou bem condicionado.
É necessário a verificação do peso corporal do avaliado antes da realização do teste, bem como da última carga completada pelo indivíduo em Watts.
Considerações finais:
- O consumo máximo de oxigênio das mulheres é geralmente inferior ao dos homens. 23% inferior na média geral da população, e de 10,8% inferior entre grandes atletas. (Moreira,1996:114).
- O VO2máx não é um parâmetro fisiológico e metabólico estático. Ele pode ser modificado pelo treinamento físico.
Custo Energético Dos Exercícios
CUSTO ENERGÉTICO DOS EXERCÍCIOS
Caminhada
A estimativa da energia consumida durante uma caminhada deverá ser desenvolvida em razão da velocidade empregada, da distância percorrida e do peso corporal do indivíduo.
A uma velocidade entre 50 a 100 metros por minuto, ou, de 3 a 6 km/h, deverá ocorrer demanda energética por volta de 0,6 kcal a cada quilômetro percorrido por quilograma de peso corporal (Di Prampero,1986; Webb et alii,1988; citado por Guedes,1995:113). Logo, matematicamente, haverá a seguinte equação:
Custo Energético da caminhada = 0,6 kcal x Distância km x PC kg
Ex.: PC = 80kg
D = 8 km
Custo Energético = 0,6 kcal x 8 km x 80 kg = 384 kcal
A princípio, em velocidades mais baixas, a demanda energética envolvida com a caminhada é menor que com a corrida; entretanto, próximo de 8 km/h a demanda energética da corrida e da caminhada deverá ser bastante semelhante. Acima dessa velocidade, o custo energético da caminhada excede ao da corrida (Thomas & Londeree, 1989).
Corrida
Em velocidades compreendidas entre 8-21 km/h, ou quando o consumo de oxigênio oscila entre 20-80% da capacidade funcional máxima do indivíduo, o custo energético da corrida pode apresentar uma função linear em relação à sua velocidade de execução.
Admitindo-se que o equivalente energético para correr 1 metro/minuto, em um plano horizontal, é de 0,2 ml.(kg.min)-¹, acima do nível de repouso de 3,5 ml de 02 (Bransford & Howley,1977; citado por Guedes,1995:114), ao multiplicar a velocidade de corrida, em metros/min., por 0,2, e adicionar o valor de repouso, obter-se-á o custo de oxigênio da corrida expresso em relação ao peso corporal do indivíduo:
VO2 = 0,2 ml.(kg.min)-¹ x Velocidade m/min + 3,5 ml.(kg.min)-¹
Exemplo:
D = 5.000m
T = 35 minutos
Vel. m/min = 5.000m / 35 min = 143 m/min
VO2 = 0,2 ml.(kg.min)-¹ x 143 m/min + 3,5 ml.(kg.min)-¹ = 32,1 ml.(kg.min)-¹
O oxigênio consumido, expresso em litros, corresponde a 5 kcal de energia.
1 L = 5 kcal
Assim, ao corrigir o custo de oxigênio pelo peso corporal e pelo tempo de duração da corrida, ajustando-se as unidades de medida se terá a demanda total da atividade.
Exemplo:
PC = 80 kg
32,1 ml.(kg.min)-¹ x 80 kg
= 2.568 ml/min
2.568 ml/min : 1000 ml
= 2,56 l/min
2,56 l/min x 35 min
= 89,6 l
89,6 l x 5 kcal
= 449,4 kcal
Ciclismo
Tanto na caminhada com na corrida torna-se necessário carregar o próprio peso corporal; logo, o custo energético dessas atividades deverá ser proporcional ao peso corporal apresentado pelo indivíduo. Contudo, na bicicleta ergométrica, o peso corporal é sustentado pelo selim da bicicleta, e o trabalho físico é determinado pela interação entre a resistência de frenagem estabelecida nas rotações dos pedais e a freqüência das pedaladas.
Existem quatro tipos de bicicletas ergométricas no mercado nacional, que apresentam as seguintes características:
Bicicleta com frenagem elétrica - A graduação de carga varia de 0 a 500 Watts.
Bicicleta com frenagem mecânica com resistência de pesos - Varia de 1 a 7 kg.
Bicicleta com frenagem mecânica com resistência do ar - Uma roda de bicicleta, com aros em forma de pás, que oferecem uma resistência ao ar progressivamente maior, conforme a força de pedalagem e o ângulo de localização.
Bicicleta com frenagem iônica - Seu mecanismo de funcionamento baseia-se na relação iônica de dois imãs.
Nas bicicletas de frenagem mecânica, onde a resistência do sistema é gerada por fricção, a tensão dos pedais é medida em quilogramas e a roda dianteira movimenta-se 6 metros a cada rotação dos pedais.
O trabalho físico deverá ser expresso em quilogrâmetros por minuto - kgm/min.
Ex.: 50 rpm x 1kg x 6 m = 300 kgm/min
Ex.: 50 rpm x 3kg x 6 m = 900 kgm/min
Nos modelos de frenagem elétrica a resistência dos pedais é oferecida por um sistema de frenagem provocado por um campo eletromagnético. É expresso em Watts, e a freqüência de pedaladas deverá permanecer mais ou menos constante entre 50 e 60 rpm.
1 watts = 6,12 kgm
O volume de O2 consumido numa atividade de bicicleta estacionária pode ser expresso pela equação:
VO2(ml/min) = Trabalho Físico (kgm/min) x 2,0 ml O2/kgm + 300 ml/min.
Natação
A demanda energética na natação, a princípio, depende da duração e da velocidade do nado e do estilo empregado; porém, a habilidade com que o indivíduo consegue nadar é fundamental.
Em comparação com as atividades físicas não-aquáticas, a natação é um exercício físico de maior demanda energética.
O custo energético para nadar determinada distância pode ser cerca de 4 vezes maior do que para correr a mesma distância (Mcardle et alli,1992).
As mulheres são 30% mais econômicas quanto ao dispêndio energético nas atividades de natação do que os homens devido à maior quantidade de gordura, que facilita a flutuabilidade do corpo na posição horizontal (Holmer,1979; citado por Guedes,1995).
Equação para Estimativa da Demanda Energética na Prática da Natação (Di Prampero,1986):
Mulheres
Demanda Energética (kcal) = 0,151 x SC (m²) x Distância (m)
Homens
Demanda Energética (kcal) = 0,210 x SC (m²) x Distância (m) .
Aeróbica
A demanda Energética na ginástica aeróbica é estimada em torno de 0,130 kcal por quilograma de peso corporal a cada minuto (Ignabugo & Gutin,1978; Léger,1982; Nelson et alii,1988; Parker et alli,1989).
Demanda Energética = massa corporal kg x tempo(min) x 0,13 kcal = kcal
Hidroginástica
Demanda Energética = 0,070 kcal por quilograma de peso corporal a cada minuto.
Demanda Energética = massa corporal kg x tempo(min) x 0,070 kcal = kcal
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