quarta-feira, 14 de março de 2012

Fisiologia da Dor Parte 2

Quem nunca sentiu dor?


Muitos pacientes quando estão em consulta de enfermagem comigo, queixam-se de variados tipos de dor e que mesmo após realizarem vários exames laboratórias, USG e Rx  negativados, a dor persiste.


Tendo em vista este fato constante em meu dia-dia profissional, decidi falar um pouco sobre a DOR, por isso, vamos aos conceitos:



Dor é uma sensação desagradável, que varia desde desconforto leve a excruciante, associada a um processo destrutivo atual ou potencial dos tecidos que se expressa através de uma reação orgânica e/ou emocional.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre

Dor como sintoma:

Normalmente, DOR é conseqüência de algum distúrbio em algum órgão ou sistema do nosso organismo, sendo quase sempre possível estabelecer uma correlação entre eles.
Múltiplas causas podem dar origem à DOR, como por exemplo ferimentos, queimaduras, fraturas, inflamações, distensão ou estreitamento de  vísceras ocas, ou alteração de função de um órgão, da circulação sangüínea, e tantas outras mais.

Dor como alerta

Muitas pessoas tendem a ignorar alguma dor que sentem, não dando a ela a devida importância. É preciso lembrar sempre que DOR é um aviso do nosso organismo, querendo informar-nos de que algo não está bem. DOR é, por isso mesmo, um importante mecanismo de defesa e de preservação da nossa vida. 
É importante que uma DOR seja devidamente valorizada e interpretada, para que se possa procurar eliminar a causa que deu origem a esta dor. 


Dor aguda x Dor crônica


Se a DOR AGUDA pode e deve ser interpretada como um sinal de alerta, a DOR CRÔNICA já não tem mais essa função. Uma dor pode tornar-se crônica pelos mais variados motivos, mas ela certamente não tem mais uma função de alerta ou defesa.
A dor crônica merece maior atenção por parte da medicina moderna, pois é a dor crônica que acaba com a qualidade de vida, é ela que limita a movimentação, a agilidade, a atividade e o bem-estar das pessoas.

Dor e seu aspecto psicológico:

Qualquer dor, seja ela aguda ou crônica, tenha ela causa conhecida ou não, tem sempre um componente psicológico. Este componente psicológico é extremamente variável de pessoa para pessoa, e é modificado e influenciado por fatores culturais, étnicos, sociais e ambientais. Há pessoas que, mesmo sentindo dor forte, têm perfeito controle sobre si. Outras, com a mesma dor, tomam atitudes irracionais, reagem de forma anômala frente ao stress da dor.
Dores crônicas costumam ter ainda mais envolvimento emocional que as dores agudas, e as reações das pessoas são as mais variadas. Algumas entregam-se, resignadas, e se habituam com a previsão de sentir dor pelo resto de suas vidas. Outras encaram a dor, procuram ajuda médica, combatem a dor, e muitas vezes a vencem, ou pelo menos minimizam sua dor a ponto de levarem uma vida bastante normal e emocionalmente equilibrada.





A origem da dor pode ser central (Sistema nervoso central) ou periférica. Nesta última são encontradas alterações nos distintos subtipos de fibras nervosas, enquanto na dor central as alterações são mais complexas e envolvem vias aferentes, diferentes circuitos cerebrais e a modulação descendente.

A fisiologia da dor:

A fisiologia da condução de um estímulo nervoso envolve quatro componentes funcionais:
O primeiro componente funcional é um sinal de entrada (input) que, após fazer contato com um receptor dendrítico com suficiente intensidade, induz a geração de um potencial receptor, o que transforma um estímulo sensitivo doloroso em sinal elétrico local.

O segundo componente funcional é o sinal de integração. Como o potencial receptor local não pode por si gerar um potencial de ação, deve ser modificado por uma transmissão ativa adicional. Caso os potenciais do receptor desenvolvam uma soma integrada suficientemente excitatória, será iniciado o potencial de ação. Caso não se gere esse potencial de ação, o sinal de entrada se dissipa sem que haja resposta perceptível.
O terceiro componente funcional da condução nervosa é a propagação continuada do potencial de ação para a medula espinhal. 
O quarto componente funcional é a ascensão do estímulo às estruturas do sistema nervoso central. 
Vias da dor:
Há duas vias neuronais ascendentes para a dor: a lenta e a rápida.
A via rápida ou do trato neo espinotalâmico é a mais recente evolutivamente. É iniciada por estímulos mecânicos ou térmicos principalmente. Esta é a via que produz a sensação da dor aguda e bem localizada.
A via lenta ou do trato paleoespinotalâmico é a mais primitiva em termos evolutivos. É iniciada pelos fatores químicos.Esta via produz dor mal localizada pelo indivíduo e contínua.
 Se por exemplo um indivíduo sofrer um golpe, a sensação de dor imediata é a rápida, devido às forças mecânicas que estiram o tecido conjuntivo onde se localizam receptores de dor. Esta dor dura apenas um tempo muito limitado. Mas à medida que o tecido morre e extravasa o conteúdo celular com diversas substâncias, e chegam à região danificada as células inflamatórias, a dor que permanece é a dor lenta. o feto começa a sentir dor a partir da 28° semana.
 Dores mais comuns reclamadas:
  • "Dor de cabeça";
  • "Dor de garganta";
  • "Dor na barriga";
  • "Dor nas juntas"; 
  • "Dor na penti" ou cólica menstrual;
  • "Dor de ouvido.


Dor de cabeça:
A dor de cabeça ou cefaléia é uma das mais comuns queixas.
A dor de cabeça é um sintoma que muitas vezes causa preocupação nos pacientes. Não é incomum recebermos pessoas apavoradas com a possibilidade de uma doença grave como aneurisma ou tumor, querendo que o médico solicite uma tomografia computadorizada de qualquer maneira, quando na verdade se trata apenas de uma cefaléia simples, facilmente diagnosticada clinicamente.

Apesar de muito comum, as pessoas sabem muito pouco sobre as cefaléias e pensam que todas são iguais. Na verdade, existem várias causas para dor de cabeça. A grande maioria é benigna e 90% são causados por uma dessas 3 síndromes.

-
 Enxaqueca (migrânea)
-
 Cefaléia tensional
-
 Cefaléia em salvas

Entre as causas graves de dor de cabeça, menos de 10% dos casos, destacam-se:

- Tumores cerebrais
- Aneurismas
- AVE hemorrágico
- Arterite temporal
- Trombose venosa cerebral
- Meningite

Ainda existem as cefaléias relacionadas a sinusite e a problemas de coluna.

Ao contrário do que se imagina, problemas de visão como miopia, hipermetropia e astigmatismo não são causas comuns de cefaléia. Também é lenda a associação entre cefaléia crônica e problemas no fígado.
 




ENXAQUECA (também chamada de migrânea)

Ao contrário do que muita gente pensa, enxaqueca não é o termo para cefaléia de grande intensidade. Enxaqueca é um tipo específico de dor de cabeça.
Caracteriza-se por ser unilateral (70% dos casos), pulsátil, de inicio gradual, costuma atingir grande intensidade, piora com luz forte e barulho, pode vir acompanhada de náuseas, vômitos ou tonturas. As dores normalmente pioram à movimentação de cabeça e ao esforço físico. Também é comum a hiper sensibilidade do couro cabeludo, causando dor com uma simples escovação dos cabelos. As crises podem durar de 4h até 72h.
A enxaqueca é 3x mais comum em mulheres, ocorre principalmente entre os 20 e 40 anos e costuma ser hereditário. Pessoas obesas apresentam maior incidência. As crises podem ser tão frequentes a ponto de aparecerem mais de 4x por mês.


CEFALÉIA TENSIONAL

A cefaléia tensional é o tipo de dor de cabeça mais comum na população. Acomete mais mulheres que homens. A classificação mais moderna a subdivide em 3:

Cefaleia tensional infrequente - Menos de 1 episódio por mês
Cefaléia tensional frequente - De 1 a 14 episódios por mês
Cefaleia tensional crônica - mais de 15 episódios por mês

A apresentação típica é de uma dor de cabeça leve a moderada, não pulsátil, sem outros achados associados, diferentemente da enxaqueca. Pode durar de 30 minutos até 1 semana. A queixa mais comum é de uma dor em aperto por toda a cabeça. Também é muito comum encontrar a musculatura da cabeça, pescoço e ombros tensa e contraída.
Outros sintomas incluem insônia, fadiga, irritabilidade, falta de apetite, dificuldade de concentração.Estresse é o principal desencadeador das crises.
 
 

CEFALÉIA EM SALVAS

A cefaléia em salvas é a menos frequente e a mais severa dos 3 principais tipos de dor de cabeça primária. Ocorre em ciclos de crises (salvas) que podem durar várias semanas, intercalados por períodos assintomáticos que podem durar meses a anos. É mais comum em homens. Um ataque costuma durar de 30 minutos a 3 horas e ocorrer até 3 vezes por dia.
A dor é tipicamente unilateral e ao contrário da enxaqueca que pode variar de lado, a cefaléia em salvas costuma atacar sempre o mesmo lado. É uma dor de início abrupto, que rapidamente atinge sua maior intensidade, muitas vezes excruciante, localizada em volta de uma dos olhos.

Normalmente está associada a lacrimejamento e vermelhidão do olho acometido. Pode também ocorrer nariz entupido e coriza.
Não existe uma associação clara de fatores precipitantes como na enxaqueca e na tensional. O consumo de álcool e cigarro desencadeia uma crise durante os período de salvas.

SINAIS DE GRAVIDADE


A grande maioria dos episódios de cefaléia são causados por patologias benignas. Mas, mesmo pessoas com história de dor de cabeça crônica ficam assustadas com algumas crises. O medo de todos é que uma doença grave não identificada, como um tumor ou aneurisma, possa ser a causa da cefaléia.
É importante ter em mente as principais características das cefaléias primárias descritas acima, para não confundi-las com as causas graves.
Os principais sinais de alerta são:
- Início súbito: Cefaléias persistentes, de início abrupto, que atingem sua maior intensidade em alguns segundos, podem indicar rotura de aneurismas ou trombose venosa.
- Pior cefaléia da vida: Quando o paciente refere que o atual quadro é de longe a pior dor de cabeça de sua vida, ou uma cefaléia completamente diferente das que costuma ter, deve-se ter mais atenção com o quadro. Hemorragias e infecções podem ser a causa. Essas queixas em pacientes com câncer, SIDA (AIDS) e imunossuprimidos são particularmente preocupantes.
- Infecções concomitantes : Pacientes que apresentam quadro de sinusite, otite, infecções de pele na face apresentam maior risco de desenvolver abcessos cerebrais e meningite.
- Febre: A presença de cefaléia intensa associado a febre sem causa definida, principalmente se houver rigidez de nuca, indica meningite. É importante lembrar que a febre por si só pode causar dor de cabeça. Não confunda uma gripe com algo mais grave.

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 Medicações: Alguns pacientes usam medicamentos como corticóides, que facilitam infecções, e anti coagulantes, que facilitam sangramentos.

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 Alteração do estado de consciência: Obviamente, doentes que entram em coma, apresentam crises convulsivas, desorientação súbita ou déficits neurológicos devem procurar imediatamente um serviço de emergência.

-
 Trauma: Cefaléias que ocorrem após traumatismos devem ser avaliadas com mais cuidado, principalmente em idosos, devido ao risco de hemorragias intra cranianas. Algumas pessoas desenvolvem dores de cabeça crônica após um traumatismo do crânio.

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 História familiar: Pacientes com parentes de primeiro grau que sofreram rotura de aneurismas, também devem ser avaliados com mais cuidado.


Dor de garganta:
A dor de garganta, uma dos sintomas mais comuns da prática médica, tanto em adultos quanto em crianças, surge geralmente devido a um quadro de faringite e/ou amigdalite.  



 Faringite é o nome dado à inflamação da faringe;  amigdalite é a inflamação das amígdalas. Ambas apresentam como principal sintoma a dor de garganta. Como estão anatomicamente próximas, é muito comum a faringe e as amígdalas inflamarem simultaneamente, um quadro chamado de faringoamigdalite. Apesar de inflamarem juntas, algumas pessoas tem predominantemente amigdalite, enquanto outras, faringites.
A faringoamigdalite pode ser causada por infecções bacterianas ou virais. A maioria dos casos é de origem viral. Vários tipos de vírus podem levar à faringite e/ou amigdalite. A gripe é um exemplo comum de dor de garganta de origem viral 

As faringites virais são processos benignos que se resolvem espontaneamente, ao contrário das faringites ou amigdalites bacterianas podem levar a complicações, como abscessos e febre reumática. A dor de garganta causada por bactérias deve ser sempre tratada com antibióticos

Os sintomas da amigdalites/faringite são:

- Dor de garganta
- Febre
- Dores pelo corpo
- Dor de cabeça
- Prostração

Todos os sintomas citados acima são comuns tanto em infecções virais quanto bacterianas. São necessários, portanto, outros elementos para distinguir uma da outra.

Complicações das faringites/amigdalites bacterianas:

Entre as complicações das faringites bacterianas, a principal é a febre reumática, que ocorre principalmente em jovens e crianças.

Tratamento da amigdalite | Tratamento da faringite:

Para se evitar as complicações das amigdalites bacterianas descritas acima, o tratamento deve ser sempre feito com antibióticos. Na maioria dos casos, em 48h já há uma grande melhora dos sintomas. 


Tratamentos alternativos:

  • Mel: Não há nenhum trabalho que tenha conseguido demonstrar benefício do mel.
  • Própolis: Apresenta efeito anti-inflamatório pequeno. Funciona muito menos que qualquer anti-inflamatório comum.
  • Papaína: Além de não melhorar, em grandes quantidades pode piorar a inflamação.
  • Não há trabalhos que provem a eficácia da homeopatia ou fitoterapia no tratamento das faringites. O tempo de doença e a incidência de complicações é igual ao placebo.
Quem quiser alívio sintomático sem tomar muitos remédios, o ideal é realizar vários gargarejos diários com água morna, vinagre e uma pitada de sal.

A retirada das amígdalas (amigdalectomia) é uma opção nas crianças que apresentam mais de seis episódios de faringite estreptocócica por ano. 


Em pacientes com infecções de garganta de repetição podem-se formar criptas (pequenos buracos) nas amígdalas. Estas acumulam cáseo (ou caseum), uma substância amarelada, parecida com pus, que é na verdade restos celulares de processos inflamatórios antigos. O cáseo pode causar mau hálito em pessoas com amigdalite/faringite crônica.

Dor de barriga:

A região abdominal é aquela que possui mais órgãos em nosso corpo, portanto, está sujeita a doer devido a uma enormidade de causas e doenças diferentes. A dor abdominal, chamada popularmente de dor na barriga.



Os órgãos dentro do abdômen (abdome) são:
- Fígado
- Vesícula biliar
- Vias biliares
- Pâncreas
- Baço
- Estômago
- Rins
 
- Supra renais
- Intestino delgado (Duodeno, jejuno e íleo)
- Apêndice
- Intestino grosso

Os órgãos dentro da pelve são:
 
- Ovários
- Trompas
 
- Útero
- Bexiga
- Próstata
- Reto e sigmóide (porção final do intestino grosso)

Localização da dor abdominal:

O tipo de inervação da maioria dos órgãos abdominais faz com que o cérebro tenha alguma dificuldade em localizar o ponto exato da dor. A maioria dos problemas nos órgão abdominais/pélvicos causam uma dor difusa ou ao redor do centro do abdômen. As exceções são os problemas nos rins, na vesícula, nos ovários ou no apêndice que costumam ser mais lateralizadas.

a localização da dor ajuda, mas não costuma ser suficiente para uma segura elaboração das hipóteses diagnósticas. Para além da localização também é importante avaliar outras características da dor, como tipo (queimação, cólica, pontada, pressão etc...), tempo de duração, intensidade, outros sintomas associados (vômitos, diarreia, febre, icterícia etc...), fatores agravantes ou desencadeadores, para onde a dor irradia etc...

Na maioria das vezes a dor abdominal não indica nenhuma doença séria. 


A dor abdominal preocupante é aquela que dura várias horas, muitas vezes dias, que é de grande intensidade, incapacitante ou que está associada a vômitos ou febre. 

Principais causas de dor abdominal:


1-
 Gastrite e úlcera péptica: 
A gastrite, a úlcera de estômago ou a úlcera de duodeno normalmente se apresentam com sintomas semelhantes: uma dor em queimação na região superior do abdômen, principalmente no epigástrio. Esse tipo de dor na barriga é chamado de dispepsia e costuma surgir quando o estômago está vazio. A intensidade da dor é muito variável e não serve para distinguir a úlcera de uma simples gastrite.

2- Colecistite e pedras na vesícula:
A simples presença de pedras na vesícula, chamada de colelitíase, não costuma causar sintomas. A dor abdominal ocorre quando há uma obstrução do ducto de drenagem da vesícula biliar por uma dessas pedras. Se a obstrução for prolongada, surge a colecistite, inflamação da vesícula.

3- Pancreatite aguda:
A inflamação do pâncreas, chamada de pancreatite aguda, normalmente ocorre em pessoas que abusam de bebidas alcoólicas. A pancreatite aguda costuma surgir de 1 a 3 dias após uma quadro de grande ingestão de álcool, apresentando-se como uma intensa dor em toda região superior do abdômen, incluindo ambos hipocôndrios e epigástrio. A dor da pancreatite aguda dura vários dias, costuma estar acompanhada de vômitos e piora após a alimentação.

4- Hepatite aguda:
Hepatite é o termo usado para descrever a inflamação do fígado. As hepatites mais comuns são aquelas causadas pelos vírus A, B ou C, porém, podem surgir por várias outras causas, entre elas por intoxicação medicamentosa ou por álcool.
5- Pedras nos rins:
O cálculo renal costuma se manifestar como uma intensa dor na região lombar, unilateralmente. Freqüentemente se irradia para o abdômen, principalmente nos flancos. Se a pedra estiver obstruindo o ureter já próximo a bexiga, a dor pode ser no hipogástrio ou na fossa ilíaca, irradiando-se para a região escrotal.
6- Apendicite:
A dor da apendicite costuma ser em crescendo e inicia-se difusamente, principalmente ao redor do umbigo, indo se localizar no quadrante inferior direito do abdômen somente quando se torna mais intensa. É comum haver febre e vômitos associados. 

7- Diverticulite:
Um divertículo é uma pequena bolsa que se forma na parede do intestino grosso (cólon), semelhante a um dedo de luva, normalmente em pessoas acima de 60 anos. A diverticulite é a inflamação de um divertículo.
8- Infecção intestinal e diarreia:
As infecções intestinais, sejam por bactérias ou por vírus, são causas comuns de dor abdominal. A manifestação mais comum é cólica abdominal associado a diarreia. 

9- Cólicas menstruais (dismenorreia):
As cólicas menstruais ocorrem na porção inferior do abdômen, geralmente na linha média, mas podem irradiar-se para as costas e coxas. Sintomas como náuseas, suores, dor de cabeça, fezes amolecidas e tonturas podem estar associados.

Além das causas descritas acima, várias outras também podem causar dor abdominal ou pélvica, entre elas:

- Menstruação;
- Tumores dos órgãos abdominais ou pélvicos;

- Infarto e isquemia intestinal
- Parasitoses;

- Aneurisma de aorta abdominal;

- Infecção urinária;

- Hernias;
- Cetoacidose diabética;

- Doença de Crohn e retocolite ulcerativa;

- Doenças do ovário;
- Endometriose;

- Gravidez ectópica;
- Mioma uterino;

- Abscesso hepático
- Anemia falciforme.

Dor nas juntas:

A artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica que pode acometer vários órgãos e tecidos do corpo, mas apresenta uma clara preferência pelas articulações.Damos o nome de artrite à inflamação de uma ou mais articulações.

Quando a articulação apresenta-se inflamada damos o nome de artrite. Quando a articulação encontra-se dolorida, mas sem sinais clínicos de inflamação (inchaço, calor e rubor) dizemos que há uma artralgia. 
reumatismo é considerado por especialistas um termo vago referente a várias doenças que causam dores nos músculos e articulações. Por se manifestar em todas as idades e provocar danos progressivos e complicações, é de considerável relevância a descoberta do diagnóstico a tempo de um tratamento ou acompanhamento eficiente.


Também há reumatismos que não atingem as articulações. 
A doença articular mais freqüente é a artrose (ou osteartrite). 
A coluna vertebral é uma "pilha de articulações" que também são atingidas em alguns reumatismos. Dor na coluna pode ser reumatismo.
Várias doenças reumáticas podem iniciar na infância ou adolescência. Febre reumática não é a causa mais freqüente de artrite em criança.
A expressão "reumatismo no sangue" não deve ser utilizada. O sangue é utilizado para exames laboratoriais que identificarão as alterações inerentes a cada doença.
As principais desordens conhecidas como reumatismo são:
  • Osteartrite.
  • Artrite reumatóide.
  • Artrose.
  • Febre reumática.
  • Dor nos ombros.
  • Dor no pescoço.
  • Dor nas costas.
  • Fibromialgia.
  • Espondilite anquilosante.
  • Artrite psoriática.
  • Lupus eritematoso sistêmico.
  • Polimialgia reumática.
  • Tenossinovite.
  • Capsulite.
  • Gota.
  • Tendinite.
  • Bursite.


Quando devo levar meu filho ao médico para saber se ele tem reumatismo?
Sempre que uma criança se queixa com freqüência de dores em membros ou tem algum sintoma que a impeça de brincar como as outras crianças ou seja notado que a criança está mancando, ela deve ser levada ao médico. O pediatra saberá se ela merece a avaliação de um especialista como o reumatologista pediátrico.
 O que é febre reumática?
É o nome dado ao reumatismo que ocorre como complicação de uma infecção de garganta. Pode causar dores nas juntas, problemas cardíacos e no sistema nervoso.
O que se pode fazer para evitar a febre reumática? Qualquer criança pode ter?
A Febre reumática é mais comum na idade compreendida entre 5 e 15 anos e pode ocorrer em qualquer criança que seja sensível a essa bactéria. O tratamento precoce e adequado das amigdalites (infecções de garganta) pode impedir o aparecimento da febre reumática. Por isso é tão importante levar a criança ao médico quando ela apresenta dor de garganta, pois só ele saberá se deve ou não ser dado antibiótico. O não tratamento pode precipitar a doença.


Dor na "penti" ou cólica menstrual:


A cólica menstrual, chamada em medicina de dismenorreia, é uma das queixas ginecológicas mais comuns. Dividimos as cólicas menstruais em duas categorias: dismenorreia primária, que é a cólica menstrual que surge sem que haja alguma doença ginecológica por trás, e dismenorreia secundária, que é aquela causada por doenças ginecológicas, como endometriose, miomas ou infecções.
A cólica menstrual surge tipicamente em adolescentes, geralmente um ou dois anos após a menarca (primeira menstruação), época em que o ciclo hormonal ovulatório já encontra-se estabelecido.

Até 90% das adolescentes e 1/4 das mulheres adultas sofrem de cólicas menstruais. Não existe diferença de prevalência entre mulheres de diferentes etnias ou nacionalidades, mas a dismenorreia tende a melhorar conforme a mulher envelhece.

A dismenorreia em si não causa grandes problemas de saúde, porém em algumas mulheres a cólica é tão intensa que compromete seus afazeres diários.

Sintomas da cólica menstrual:

A cólica menstrual é uma dor que caracteristicamente inicia-se junto, ou logo antes da menstruação, amenizando progressivamente nas primeiras 72 horas. As cólicas são intensas e intermitentes, tendendo a localizar-se na região inferior do abdômen. Em algumas mulheres a dor pode irradiar-se para as costas ou membros inferiores (para saber mais sobre outras causas de dor abdominal.
 Náuseas, suores, diarreia, tonturas, dor de cabeça e cansaço podem surgir junto com as cólicas.
O remédio de primeira linha no tratamento das cólicas menstruais são os anti-inflamatórios(AINES).



Outra opção além dos AINES são os anticoncepcionais orais, que ao controlar os níveis hormonais fazem com menstruação e as cólicas sejam menos intensas. Os anticoncepcionais em injeção ou adesivo também funcionam.

Mulheres que não respondem aos tratamento acima devem ser investigadas para dismenorreia secundária.

Em relação a tratamentos caseiros para as cólicas menstruais, o uso de bolsas de água quente são efetivos para aliviar as dores. Exercícios físicos regulares, ingestão de líquidos e uma dieta pobre em gorduras também são indicados e melhoram as cólicas.

A acupuntura é uma opção, mas ainda não existem evidências inequívocas de que este procedimento seja superior ao placebo.

Dor de ouvido:



Também chamada de otite externa na área médica.






Como se pega otite externa? 


O nosso canal auditivo possui alguns mecanismos de defesa intrínsecos que dificultam a ocorrência de infecções:

- A própria anatomia da orelha já é protetora, pois ela cobre parcialmente o canal auditivo, dificultando a entrada de objetos estranhos.


- A produção de cerume também é essencial, pois além da barreira física, ela causa uma diminuição do pH do canal auditivo, inibindo o crescimento de fungos e bactérias. O cerume também é uma substância hidrofóbica, o que ajuda a diminuir a umidade dentro do ouvido.


- O ouvido é um órgão "auto limpante". A pele do canal auditivo cresce de dentro para fora, o que vai naturalmente empurrando as sujeiras, o excesso de cera e a descamação da pele para fora do ouvido. 


- Assim como várias regiões do nosso organismo, o canal auditivo possui sua própria flora de bactérias, que normalmente não causam problemas de saúde e ainda dificultam a chegada de bactérias mais agressivas. Feridas no canal auditivo podem facilitar a penetração de bactérias para tecidos mais profundos, causando infecções.

Fatores de risco para otite externa:
A otite externa costuma surgir quando algum desses sistemas de proteção citados acima é quebrado. 


- Exposição à água é um fator de risco bem documentado para otite externa.



- Traumas, tais como limpeza excessiva (ou agressiva) do ouvido, não só removem cerume, mas também podem criar escoriações ao longo da fina camada de pele no canal auditivo, permitindo que bactérias tenham acesso aos tecidos mais profundos. Além disso, parte de um cotonete pode soltar-se ou um pequeno pedaço de papel tecido pode ser deixado para trás no canal do ouvido; esses resquícios podem causar uma reação cutânea grave, levando à infecção.
- O uso de cotonete mais empurra o cerume para dentro do canal do que o remove. Esse cerume comprimido pode agir como uma rolha e só sai com o auxilio de um otorrinolaringologista. Como já dito, o ouvido não precisa ser limpo, ele mesmo é capaz de expulsar o cerume e as impurezas. O cotonete além de poder ferir o canal auditivo, ainda impede a "auto limpeza" do ouvido.
- Uso frequente de dispositivos que ocluem o canal do ouvido, como aparelhos auditivos, fones de ouvido (auriculares) ou tampões de mergulho também predispõem à otite externa.

- Dermatite de contato alérgica pode levar à otite externa (por exemplo, alergia a brincos ou produtos químicos em cosméticos ou shampoos), assim como outras condições dermatológicas, como, por exemplo, psoríase ou dermatite atópica.

A otite externa pode surgir em qualquer idade, mas é mais comum em crianças entre 7 e 12 anos.
 

Sintomas da otite externa:

Os sintomas mais comuns da otite externa são dor, coceira, sensação de entupimento e corrimento de líquido do ouvido. A dor de ouvido na otite externa costuma ser muito forte e piora quando se puxa ou aperta a orelha. É possível surgirem alguns linfonodos palpáveis no pescoço do lado do ouvido acometido.
A febre só costuma surgir nos casos mais graves.

Tratamento da otite externa:

A maioria das pessoas com otite externa pode ser tratada em casa.
 

Em alguns casos, seu médico vai lavar o ouvido com água e peróxido de hidrogênio antes de começar o tratamento. Este procedimento acelera a cura, removendo as células mortas da pele e o excesso de cera do ouvido.

A prescrição de medicamentos em gotas para ouvido servem para reduzir a dor e inchaço causado pela otite externa. Essas gotas normalmente contêm uma combinação de corticóides, antifúngicos e antibióticos. Não use medicamentos por conta própria, antes de pingar qualquer remédio no ouvido para tratar uma otite é preciso ter certeza que o tímpano não está perfurado.

A aplicação correta das gotas é essencial para que estas atinjam o canal do ouvido:

  • Deite-se de lado ou incline a cabeça para o ombro oposto.
  • Preencha o canal do ouvido com gotas.
  • Deite-se de lado por 20 minutos e coloque uma bola de algodão no canal do ouvido.
Você deve começar a se sentir melhor dentro de 36 a 48 horas o início do tratamento. Se a sua dor piorar ou não houver sinais de melhora neste período de tempo, ligue para seu médico. Analgésicos ou anti-inflamatórios  em comprimidos podem ser usados para alivio da dor.

Evite molhar os ouvidos  durante o tratamento. Durante o banho, você pode colocar uma bola de algodão revestido com vaselina na orelha. Evite nadar por pelo menos dez dias após início do tratamento. Evite também usar aparelhos auditivos e fones de ouvido até a dor desaparecer.




Um comentário:

  1. Olá caro(a) webmaster. Este artigo contém textos que são de autoria do Dr. Pedro Pinheiro, de propriedade do site http://www.mdsaude.com, e foi reproduzido sem a devida autorização e sem respeitar a nossas regras de copyright.
    Gostaria de lembrar que o plágio é proibido pelo Google, Wordpress, Blogspot (Blogger) e Adsense sob o risco de cancelamento da conta em caso de denúncia.
    Também ressalto que a LEI Nº 9.609 , DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998, dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador e sua comercialização no País. (http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L9609.htm).

    Se quiser manter o texto em sua página sem infringir as leis do direito autoral basta colocar um link para o texto original e manter os TODOS os links dentro do texto original intactos.

    Aguardo retificação.

    Se este aviso amigável for ignorado, tomaremos as medidas legais cabíveis.
    Cumprimentos,
    Equipe MD.Saúde

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