segunda-feira, 14 de maio de 2012

Amígdalas e Adenóides

Amígdalas e Adenóides

 

O que são as Amígdalas (Tonsilas Palatinas)

 

As Amígdalas são pequenas estruturas arredondadas, em forma de amêndoa, localizados da parte de trás da boca, ao lado da garganta. Acredita-se que sirvam para ajudar a evitar infecções, produzindo anticorpos. As amígdalas também são chamadas de tonsilas palatinas e podem ser vistas quando se abre bem a boca. 

Quando as amígdalas se inflamam, chamamos esta doença de Amigdalite.

 

O que são as Adenóides?

 

Adenóides são estruturas semelhantes às amígdalas. Estão localizadas atrás do céu da boca (pálato mole) e não podem ser vistas quando se abre a boca. Da mesma forma, quando estão funcionando adequadamente,  ajudam a prevenir infecções. As Adenóides podem causar sérios problemas quando estão infeccionadas ou aumentadas. A Inflamação das adenóides chama-se Adenoidite.

 

Quais são os sintomas da Amigdalite?
Os sintomas da amigdalite podem variar bastante dependendo da causa da infecção e podem ocorrer subitamente ou progressivamente. Os sintomas mais comuns são: 

  • Dor de garganta

  • Febre (alta ou baixa)

  • Dor de Cabeça 

  • Diminuição do Apetite 

  • Mal-estar geral

  • Náuseas e vômitos

  • Dor no pescoço

  • Vermelhidão na garganta com ou sem pontos de pus

Amigdalite purulenta

 

IMPORTANTE: Os sintomas da amigdalite podem ser comuns a outras doenças graves e sempre devem ser vistos por um médico. Sempre consulte um médico no caso de ter dor de garganta.

 

Quais são os sintomas de Adenoidite ou Adenóides aumentadas?

 

Os sintomas da adenoidite também podem variar bastante, dependendo da causa da infecção e podem se iniciar subitamente ou lentamente. Estes são os sintomas mais comuns:  

  • Respiração bucal

  • Respiração ruidosa 

  • Roncos

  • Pequenos períodos de parada respiratória durante o sono (apnéia)

  • Voz anasalada

 

IMPORTANTE: Os sintomas da adenoidite podem ser comuns a outras doenças graves e sempre devem ser vistos por um médico. Sempre consulte um médico no caso de ter ou observar estes sintomas.

 

Qual o tratamento para Amigdalites e Adenoidites: 

 

O tratamento específico das amigdalites e adenoidites depende basicamente de: 

  • Idade, condições gerais de saúde e antecedentes médicos
  • Extensão da infecção
  • Tipo de infecção
  • Tolerância do paciente para medicamentos, internações e procedimentos
  • Evolução das inflamações e infecções
  • Parecer do paciente e/ou da família

 

Os tratamentos podem ser clínicos (com medicamentos) ou cirúrgicos dependendo da causa, extensão, repetição ou severidade dos quadros. Antibióticos são úteis para ajudar o organismo a combater as infecções, mas nem sempre são necessários. Só o médico deve prescrevê-los. A auto-medicação muitas vezes é prejudicial.

Algumas vezes, os quadros não se resolvem clinicamente e nestes casos, o médico poderá propor um tratamento cirúrgico. 

 

Quais as razões para se remover as amígdalas e adenóides? 

 

As razões variam de caso a caso. A seguir estão as mais comuns, encontradas na literatura médica e nos consensos ou diretrizes das organizações médicas:

 

  • Apnéia do sono ou períodos onde o paciente pára de respirar enquanto dorme

  • Distúrbios da deglutição

  • Tumores na garganta ou na passagem de ar pelo nariz

  • Sangramento das amígdalas e adenóides que não cessam

  • Obstrução nasal significativa ou respiração desconfortável

 

As dores de Garganta podem estar associadas com:

 

  • Febre entre 37.1 a 41.5 graus Celsius

  • Secreção purulenta (pus) nas amígdalas

  • Cultura para bactérias positiva para Streptococcus

 

As razões seguintes são relativas e devem ser analisadas individualmente nos casos de indicação cirúrgica:

 

  • Ronco

  • Amigdalites de repetição

  • Abscessos de amígdalas

  • Otites de repetição

  • Perda Auditiva

  • Sinusite crônica ou sinusites de repetição

  • Respiração bucal constante

  • Mau hálito

  • Aumento exagerado das amígdalas

 

IMPORTANTE: As indicações de cirurgia serão sempre individualizadas de acordo com o estado de saúde do paciente, após uma avaliação médica.
                       Não existe ainda relação cientificamente comprovada que a cirurgia de amígdalas e adenóides altere o apetite, previna gripes ou melhore alergias, embora isto possa ocorrer.

 

"Minha garganta solta umas bolinhas brancas ou amareladas, com cheiro horrível". Isto é normal ?

 

Isto se chama Amigdalite caseosa e é o resultado da formação de pequenos orifícios nas amígdalas chamados criptas, onde se acumulam alimentos e resíduos, o que pode provocar mau hálito e saída de pequenos grãos do local.

Não é considerado uma doença, mas uma condição anatômica desfavorável. Não existe tratamento clínico para isto. Se o paciente quiser, pode ser feita uma cirurgia para retirada das amígdalas e o problema se resolve. Não há nenhum risco de se ter "faringites" depois da cirurgia ou problemas de imunidade. A indicação da cirurgia deve partir sempre do paciente.

 

"Meu filho tem 2 anos e as adenóides ocupam mais de 75% do espaço do nariz. Não é muito cedo para operar ?" Qual é a melhor idade paraoperar amígdalas e adenóides ?

 

Não existe a "melhor idade" para ser operado. A indicação da cirurgia se faz pela gravidade dos sintomas e não pela idade do paciente. O menor paciente que operei tinha 1 ano e 8 meses e o maior tinha 21 anos.

 

Como é feita a cirurgia de amígdalas e adenóides ?

 

Esta é a segunda cirurgia mais freqüente realizada em crianças nos Estados Unidos (cerca de 400.000 por ano) e, acreditamos ser no Brasil também. Em geral, é realizada em curto período de internação, entre algumas horas e um dia. Raramente, alguns pacientes ficam internados por mais de 1 dia, principalmente se:

 

  • Não estiverem deglutindo bem alimentos líquidos após a cirurgia. 

  • Tiverem outros problemas associados.

  • Tiverem alguma complicação após a cirurgia, tal como sangramento. 

Durante a internação, outros profissionais de saúde entrarão em contato com a família:

  • Enfermeiras da unidade de internação, do centro cirúrgico e da sala de recuperação pós-anestésica.

  • Cirurgião especialista em Otorrinolaringologia

  • Anestesiologista -que fará as perguntas sobre a saúde do Paciente e fará um exame físico para avaliar as condições clínicas antes da cirurgia (Visita pré-Anestésica). Poderá ou não ministrar algum medicamento que ajude a tranqüilizar o paciente.

 

Na sala de cirurgia, o paciente será anestesiado, para que o cirurgião possa remover as amígdalas e/ou adenóides. A cirurgia é realizada inteiramente por dentro da boca. Em alguns casos, serão necessários uns 2 ou 3 pontos, na cirurgia das amígdalas, que não precisam ser retirados, pois serão absorvidos pelo organismo. Na cirurgia de adenóides, em geral, os pontos não são necessários.

 

Após a cirurgia o anestesiologista "acorda" o paciente e o encaminha para a sala de recuperação pós-anestésica. Quando estiver bem acordado, será reencaminhado ao quarto, junto da família.

 

O tempo mínimo de internação, após a cirurgia, habitualmente é de 6 horas. Pode ser maior, caso seja necessário um acompanhamento mais próximo. Em alguns casos, como já foi comentado, será interessante que o paciente fique até o dia seguinte para uma melhor recuperação.

 

A complicação mais comum é o sangramento que deve ser notificado com urgência à enfermeira do andar que tomará as providências necessárias. Se o sangramento for severo, pode ser que haja necessidade do paciente retornar à sala de cirurgia.

 

E após a cirurgia ?

 

O cirurgião o orientará sobre a medicação e os cuidados a serem tomados. Basicamente:

  • Alimentação

  • Analgésicos, se necessário

  • Repouso pelo tempo recomendado

 

O que são "complicações de uma cirurgia" ?

 

"Complicação" é o termo utilizado para designar uma evolução pós-operatória desagradável, mas nem por isto inesperada. Dentro deste termo amplo e genérico estão vários fatores imensuráveis, tais como o tipo de cicatrização do paciente e  tendências genéticas a reações físicas ou psíquicas próprias do paciente.

 

Imagine-se saindo de férias com a família, de automóvel quando, no meio da viagem, um pneu fura. Apesar de ser algo razoavelmente comum, é desagradável ter que parar, tirar as malar e trocar o pneu na estrada. Imagine então se for à noite e estiver chovendo...agora imagine se o seu estepe estiver furado! São "complicações da viagem".

 

Agora imagine que você vai viajar de avião e a viagem de ida transcorre normalmente. Na volta, você já pagou o hotel e pega um taxi até o aeroporto, mas encontra um congestionamento enorme no caminho e... perde o vôo. O próximo vôo só no dia seguinte...Talvez você se lembre de situações deste tipo. Procura-se, de todas as maneira evitar que aconteçam complicações, mas elas ocorrem porque não temos o controle total da situação. Sofre menos aquele que toma uma atitude mais contemplativa sobre a vida, aceitando os percalços do caminho e a limitação que a vida nos impõe algumas vezes.

 

Quais são os riscos da Amigdalectomia e/ou Adenoidectomia?

 

Qualquer tipo de cirurgia tem algum risco. Assim como sair de carro numa estrada num fim-de-semana ou andar de avião. Viver é altamente arriscado. A questão é se o risco é alto ou baixo e se o Hospital tem equipamentos para controlar eventuais complicações que surgirem. Estatísticas norte-americanas dizem que 5% das crianças operadas tem sangramento entre 5 a 8 dias após a cirurgia. Em nossa realidade, isto não tem acontecido. Em minha prática cirúrgica, desde 1987, nunca tive que reoperar uma criança por sangramento. Em adultos, isso é mais freqüente e já tive 2 casos que tiveram que voltar à sala cirúrgica para cauterizar um vaso sangrante, entre 1987 e 2008. Outras complicações descritas são:

 

  • Desidratação (devido a ingestão inadequada de líquidos; se for severa, uma hidratação por veia será necessária)

  • Febre (se for baixa não é uma complicação verdadeira e faz parte do quadro)

  • Dificuldade de respiração (por inchaço dos tecidos da garganta)

 

É possível as Adenóides voltarem a crescer após a cirurgia?

 

Sim. A remoção das Adenóides é feita por intermédio de uma curetagem ("raspagem"), na qual se retira grande parte, mas não totalmente. É possível que as adenóides voltem a crescer, principalmente (mas nem sempre) após infecções virais ou em crianças que apresentem refluxo gastro-esofágico. Este fato não contra-indica a cirurgia, a qual traz grande alívio respiratório para a criança, ainda que temporariamente. Na minha experiência, desde 1987, três crianças tiveram que ser re-operadas, sendo que uma delas 2 vezes (menos de 1% dos casos).

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