segunda-feira, 7 de maio de 2012

ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL

Introdução ao Acidente Vascular Cerebral


 

O AVC resulta da restrição de irrigação sanguínea ao cérebro, causando lesão celular e danos nas funções neurológicas.

As causas mais comuns são os trombos, o embolismo e a hemorragia.

Apresenta-se como a 2ª causa de morte no mundo. O AVC é a principal causa de incapacidade neurológica dependente de cuidados de reabilitação e a sua incidência está relacionada com a idade.

Definição
A definição de Acidente Vascular Cerebral (AVC) do Dicionário Médico é uma manifestação, muitas vezes súbita, de insuficiência vascular do cérebro de origem arterial: espasmo, isquemia, hemorragia, trombose (Manuila, Lewalle e Nicoulin, 2003).

Acidente Vascular Cerebral é um derrame resultante da falta ou restrição de irrigação sanguínea ao cérebro, que pode provocar lesão celular e alterações nas funções neurológicas. As manifestações clínicas subjacentes a esta condição incluem alterações das funções motora, sensitiva, mental, perceptiva, da linguagem, embora o quadro neurológico destas alterações possa variar muito em função do local e extensão exacta da lesão (Sullivan, 1993).

Epidemiologia
O AVC é uma ameaça à qualidade de vida na velhice não só pela sua elevada incidência e mortalidade, mas também pela alta morbilidade que causa, implantando-se frequentemente em pessoas já com problemas físicos e/ou mentais (Resck, Botelho, Herculano, Namorato, Freire, 2004; William Pryse-Phillips, 1995). Também afecta na sua maioria aos idosos, mas existe uma percentagem de 20% dos AVC’s que ocorre em indivíduos abaixo dos 65 anos. É uma patologia que atinge mais a raça negra, especialmente a faixa etária mais jovem (Sullivan, 1993).

O que é AVC?

Acidente vascular cerebral. Esse é o nome correto do que os leigos costumam chamar simplesmente de derrame, problema que responde por 10% das mortes no mundo a cada ano. Aliás, o nome que caiu na boca do povo é apenas um dos tipos desses ataques ao cérebro - o AVC hemorrágico - que nem sequer é o mais comum. Nele, um vaso se rompe e o sangue extravasa alagando uma área da massa cinzenta. Já no AVC isquêmico, que representa 80% dos casos, acontece algo parecido ao que ocorre no coração dos infartados: uma obstrução de uma artéria bloqueia o fluxo de sangue que deveria irrigar uma determinada região. Mas nos dois tipos o resultado é o mesmo: as células da área afetada morrem, causando diversas seqüelas. Dependendo do local da lesão, pode provocar desde a morte da pessoa até paralisias, problemas de fala, de visão, de memória, entre outros. Isso é uma realidade para 2/3 dos pacientes que sobrevivem a um ataque desses. 
 

AVC Hemorrágico
 
Este tipo é mais grave e de pior prognóstico. Por sorte responde pela minoria dos casos - cerca de 20% deles. É mais comum em jovens e pode vir acompanhado de uma forte dor de cabeça, náuseas e vômitos. Mas às vezes não dá nenhum sinal. Sabe-se que alguns hábitos, como fumar, usar contraceptivos orais (principalmente os que têm muito estrógeno) e o abuso de álcool e drogas favorecem esse tipo de ataque.

Há duas formas dessas hemorragias:

1. Sub-aracnóide - um vaso da superfície se rompe, derramando sangue no espaço entre o cérebro e o crânio. A causa mais comum é o rompimento de um aneurisma, as dilatações nas artérias que ficam cheias de sangue como um balão. Em geral o gatilho para esse estouro é a pressão alta.

2. Hemorragia intra-cerebral - o derramamento de sangue é no meio da massa cinzenta, normalmente por causa do envelhecimento dos vasos ou da hipertensão crônica. Só 10% dos AVC se enquadram aqui.

AVC Isquêmico
Nesses casos, sintomas como dificuldades de falar ou de compreensão, perda da sensibilidade nos membros e do equilíbrio se desenrolam em poucos minutos e vão piorando ao longo das horas. A falta de irrigação no cérebro pode ter dado algum sinal de aviso semanas ou até meses antes, na forma de um "mini-ataque", em que os sinais apareceram e sumiram de repente.

Dependendo da causa da obstrução, os isquêmicos podem ser de três tipos:
1. Trombótico - aqui o causador do entupimento é um coágulo formado numa artéria que irriga o cérebro devido à aterosclerose. Responde por 60% dos casos.

2. Por embolia - Em 20% dos casos o coágulo foi formado em outra parte do corpo e viajou até obstruir alguma artéria que leva sangue à massa cinzenta ou que fica por lá.

3. Insuficiência circulatória - aqui o problema é uma falha no coração, que deixa de bombear sangue corretamente levando à deficiência de circulação na cabeça. Isso explica por que um ataque do coração pode levar a um AVC.

Fatores de risco 
Os estudos mostram que o grupo mais vulnerável a um AVC engloba homens, com mais de 55 anos e histórico familiar da doença. Além disso, os fatores de risco são praticamente os mesmos que estão por trás de um infarto:

• Pressão alta - este o mais importante fator de risco que pode ser modificado

• Cigarro - ele diminui a oxigenação do sangue e lesa a parede dos vasos, facilitando a formação de coágulos. Em combinação com alguns contraceptivos orais, seu efeito é ainda pior.

• Diabete - a doença lesa a parede dos vasos, facilitando a formação de placas

• Entupimentos nas carótidas, as artérias do pescoço que levam o sangue ao cérebro

• Problemas cardíacos - a fibrilação, por exemplo, gera um descompasso nas batidas do coração que pode favorecer a formação de coágulos. Soltos na corrente sangüínea, podem ir parar no cérebro.

• Colesterol alto - conhecido formador de placas

• Sedentarismo

• Obesidade

Artéria vertebral

Pescoço dissecado mostrando o final do tronco braquiocefálico, a artéria subclávia direita, as carótidas comum, interna e externa, e a artéria vertebral; além de outras estruturas e artérias menores.A artéria vertebral origina-se no primeiro terço da artéria subclávia, e ascende em direção ao crânio pelos forames transversos das vértebras cervicais C6 a C1 (atlas), até penetrar no crânio pelo forame magno. Então, as artérias vertebrais direita e esquerda fundem-se no clivo do osso occipital para formar a artéria basilar. Em seu trajeto, emite ramos musculares para os músculos profundos do pescoço e ramos espinhais para a medula espinhal e para as vértebras.


Artéria subclávia


Esquema da aorta proximal e seus ramos. A artéria subclávia esquerda é o quinto ramo da aorta e o terceiro ramo do arco da aorta. A artéria subclávia direita origina-se do tronco braquiocefálico. 
As artérias subclávias esquerda e direita são responsáveis por levar o sangue até os membros superiores. Localiza-se embaixo da clavícula. A artéria subclávia direita origina-se do tronco braquiocefálico, enquanto a subclávia esquerda origina-se diretamente do arco da aorta. Quando alcança a borda externa da primeira costela, a artéria subclávia passsa a se chamar artéria axilar.
Pode ser dividida em 3 segmentos em relação ao músculo escaleno anterior: proximal, posterior, e distal.

Artéria carótida interna


Pescoço dissecado mostrando o final do tronco braquiocefálico, a artéria subclávia direita, as carótidas comum, interna e externa, e a artéria vertebral; além de outras estruturas e artérias menores.A artéria carótida interna estende-se desde a bifurcação da carótida primitiva até ao crânio, onde se termina perto do nervo oftálmico. A carótida interna situa-se no pescoço; ela atravessa, de baixo para cima, o espaço maxilo-faríngeo, o canal carotidiano e o seio cavernoso, para alcançar, no fim, a cavidade craniana.

Direção
Depois de um trajeto vertical de 1 a 2cm, a carótida interna eleva-se para dentro; depois, no espaço maxilo-faríngeo, dirige-se verticalmente até ao nível da massa lateral correspondente do atlas, obliquamente para cima e para trás. Finalmente, na vizinhança do buraco carotídio, eleva-se verticalmente. A artéria percorre o canal carotidiano e o seio cavernoso, moldando-se às suas sinuosidades.

A carótida interna descreve, no seio cavernoso, uma curva e contracurva; finalmente,ela desenha depois deste trajecto uma outra curva para a frente e outra para trás. É este conjunto, descrito por Egas Moniz, que é conhecido como Sifão Carotídio ou Sifão de Egas Moniz. Por vezes, pode existir outra inflexão à frente, descrevendo um duplo sifão.
Calibre
O calibre da carótida interna é regular, salvo, talvez, na sua origem, onde apresenta uma dilatação: o Seio ou Bulbo Carotídio.

Relações
Da sua origem até à base do crânio, a carótida interna está colocada para fora e para trás da artéria carótida externa, que a cruza ao passar à sua frente. Ela correlaciona-se, para dentro, com a faringe e atrás com as apófises transversas das vértebras cervicais. No pescoço e no espaço maxilo-faríngeo relaciona-se com a Veia Jugular Interna, o Simpático e os quatro últimos pares crânianos.
No canal carotídio, a carótida interna está contida num plexo venoso pouco importante e num plexo simpático. A artéria está em contacto directo com a parede óssea, razão pela qual a sua parede, musculo-elástica no pescoço, perde aqui quase todas as suas fibras elásticas, tornando-se semelhante a um vaso venoso.
Ao sair do canal, a artéria eleva-se um pouco para a frente, penetra no seio cavernoso e percorre a parede inferior deste seio. No seio cavernoso, a artéria está em contato com a parede externa do seio atrás, e com a parede interna à frente. Ela está fixa à goteira à extremidade posterior da goteira cavernosa por feixes fibrosos conhecidos como Ligamento carotídio. Neste trajecto, relaciona-se com o nervo motor do globo ocular e oftálmico que caminham, na sua maior parte, na parede externa do seio. Uma vez chegada à extremidade anterior do seio cavernoso, a carótida interna eleva-se para trás, atravessa a dura-máter e a aracnóidea para dentro da apófise clinoideia anterior e dá o seu único ramo colateral importante, a artéria oftálmica.
Ela cruza, depois, a face externa do nervo óptico e divide-se em quatro ramos terminais que são:


Artéria cerebral anterior 
Artéria comunicante posterior 
Artéria corióidea anterior 
Artéria cerebral média

Artéria basilar


A artéria basilar é uma artéria que é formada pela junção da artéria vertebral direita e esquerda (ambas ramos da artéria subclávia de cada lado). Ela tem um trajeto que passa pelo sulco mediano do bulbo anteriormente. Seus ramos terminais são as artérias cerebrais posteriores direita e esquerda (constituintes do círculo arterioso do cérebro).

 

 

 

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