6. Parafilia
Se questionadas sobre uma condição sexual considerada fora do comum, muitas pessoas provavelmente responderiam fetiche – conhecido comoparafilia na comunidade psiquiátrica. De acordo com a definição do Manual de Diagnóstico e Estatísticas de Desordens Mentais, as parafilias são desordens mentais caracterizadas por fantasias sexuais, impulsos ou comportamentos que envolvem objetos não humanos, sofrimento ou humilhação e ainda o não consentimento de pessoas envolvidas.
Geralmente, as parafilias são extremas e fogem da normalidade, e os parafílicos não encontram satisfação sexual sem um objeto específico ou ato. E particularmente, quando eles focam em algo perigoso ou ilegal, a parafilia pode ser extremamente prejudicial.
O problema é saber quando a parafilia deve ser classificada como desordem mental. Por exemplo, alguns dizem que a parafilia que envolve o consentimento de adultos e que não causa perigo para o parafílico ou outras pessoas não é uma desordem mental. Fetichismo que envolvem travestis, como por exemplo quando um homem fica sexualmente excitado só por vestir roupas femininas, para muitos também não é considerado uma desordem mental.
Pesquisadores ainda não têm certeza das causas das parafilias; elas podem estar associadas a comportamentos ou fatos que aconteceram na infância. Muitas pessoas com parafilia não buscam ajuda até serem descobertas por outras pessoas. A terapia comportamental e cognitiva tem ajudado muita gente a parar com suas parafilias e alguns medicamentos também são usados como o Ritalin. No entanto, na maioria dos casos a parafilia é uma condição muito difícil de ser tratada.
7. Anomalias cromossômicas sexuais
As
anomalias cromossômicas sexuaisocorrem quando há um problema durante a ovulação ou produção de espermatozóides. Normalmente os óvulos e espermatozóides têm 23 cromossomos. As anomalias cromossômicas sexuais ocorrem quando um óvulo ou espermatozóide tem cromossomos a menos ou a mais. Independente de qual
célula tenha o número errado, o embrião terá mais ou menos do que 46 cromossomos no total, levando a uma série de problemas físicos e de desenvolvimento. Algumas vezes essas síndromes são assintomáticas, mas outras podem ter efeitos graves, incluindo deficiências no desenvolvimento, problemas emocionais, esterilidade, problemas nos órgãos e anormalidades físicas.
As anomalias cromossômicas sexuais podem ser detectadas ainda durante a
gravidezatravés da amniocentese ou biópsia de vilo corial (BVC). Dependendo da anormalidade, algumas destas gestações podem resultar em
aborto. Meninas que nascem com a síndrome de Turner têm características físicas distintas, mas outras alterações devem ser diagnosticadas através de testes genéticos. O tratamento para essas anomalias pode incluir a reposição de testosterona ou estrógeno, terapia de hormônio de crescimento, cirurgia para correção de defeitos físicos, entre outros.
8. Intersexo
Embora as pessoas tenham usado há tempos a palavra “hermafrodita” para descrever aqueles que possuem características anatômicas tanto masculinas como femininas, esta é uma ideia errada. Hoje em dia, o termo usado para as pessoas com esta condição é intersexual. Pessoas intersexuais não têm a genitália masculina e feminina, mas sim algumas caracaterísticas de cada uma delas. Há uma vasta gama de variações entre as pessoas intersexuais.
Alguns casos são conhecidos comointersexuais gonadais. Essas pessoas podem ser geneticamente masculinas (XY) ou femininas (XX), mas têm um ovário e um testículo ou um única gônada que contém ambos os tecidos testiculares e ovariano. Externamente essas pessoas podem ter genitália masculina, feminina ou as duas. A causa desse tipo de intersexo ainda é desconhecida.
Intersexo XY corresponde a uma pessoa que possui cromossomos masculinas mas cuja genitália é atípica, sendo ambígua ou feminina. Os testículos podem estar presentes, faltando ou serem anormais. A causa mais comum de intersexo XY é um problema relacionado ao processamento de hormônios masculinos, conhecido como Síndrome da Insensibilidade ao Andrógeno.
Uma pessoa que é intersexual XX normalmente tem a genitália interna feminina, mas externamente parece ser do sexo masculino. Ela pode ter um clitóris muito grande que se parece até mesmo com um pênis. A maioria das pessoas que tem essa condição tem hiperplasia adrenal congênita, uma desordem na qual a glândula adrenal não produz cortisol ou aldosterona, resultando em altos níveis do hormônio masculino androgênio. Pessoas com essa condição podem ter sido expostas a altos níveis de hormônios masculinos ainda no útero ou podem ter deficiência de aromatase, enzima que converte hormônios masculinos em femininos.
9. Micropênis
De acordo com um estudo realizado em 1979 por pesquisadores do Instituto Kinsey, o pênis ereto tem em média entre 12 e 15 cm [fonte:
Kinsey Institute]. Cerca de 0,6% dos homens têm uma condição chamada de
micropênis – cuja média de comprimento em ereção não ultrapassa 5 cm.
Algumas das causas do micropênis são as mesmas que causam também o intersexo XY, como a síndrome da insensibilidade ao andrógeno. No entanto, homens com micropênis normalmente não têm ambigüidade genital. O micropênis também pode ser causado por outros problemas genéticos como deficiência de hormônio de crescimento. Se a condição for detectada na infância, a terapia de reposição hormonal pode levar a algum crescimento. Porém, é muito pouco provável que o pênis venha a atingir o tamanho médio. Alguns medicamentos e suplementos podem aumentar o tamanho do pênis, mas não permanentemente. Alguns homens chegam até mesmo a se submeter a cirurgia para aumentar o tamanho do pênis.
Micropênis pode causar problemas tanto da ordem social como psicológica nos homens. Também fica difícil para eles manter relações sexuais. Nos anos 1960 e 1970 alguns médicos aconselhavam aos meninos que tinham micropênis a mudar de gênero, acreditando que seria possível aprender a viver como menina. Os homens, porém, que chegaram a se submeter a essa mudança de gênero, atualmente pronunciam-se contrários ao procedimento.
10. Órgãos sexuais supranumerários
Enquanto algumas pessoas têm órgãos sexuais atípicos ou simplesmente não os possuem, outras têm além do normal:
órgãos sexuais supranumerários.
Homens que nasceram com
difalia ou duplicação peniana têm dois pênis. Essa condição é extremamente rara – menos de 100 casos foram reportados na literatura médica. Acredita-se que o problema ocorra durante o estágio fetal quando o reto e o pênis estão sendo formados. Normalmente, um pênis é menor do que o outro. Homens com difalia podem urinar por apenas um ou por ambos os pênis, mas não são capazes de manter relações sexuais com os dois. Normalmente eles apresentam problemas nos rins, coluna vertebral, cólon, reto e ânus. Homens com difalia também podem ser estéreis.
Mulheres que nascem com mais de um útero, condição conhecida como
útero didelfo, são mais comuns - cerca de 1 entre 1.000 mulheres que também podem ter duas vaginas. Isso ocorre quando o
duto de Muller, dois tubos que se fundem em um único útero no embrião feminino, permanecem separados durante a gestação. Normalmente, as mulheres não sabem que têm dois úteros e têm gestações normais e menstruam regularmente. Em algumas mulheres, no entanto, aparecem sintomas como forte sangramento menstrual, dor pélvica inexplicável, infertilidade e propensão a abortos. A condição é então confirmada através de uma ultrassonografia.
Raramente mulheres com úteros didelfos se submente à cirurgia para unir os dois úteros em um só. Porém, a
gravidez em mulheres com úteros didelfos costuma ser de risco.